Durante o governo de Ronald Reagan, o cinema de ação dos Estados Unidos viveu um período marcado por personagens musculosos, patrióticos e quase indestrutíveis. Era o auge de heróis interpretados por atores considerados “másculos”, como e , que se tornaram símbolos da força e da masculinidade exagerada que dominava Hollywood nos anos 1980.
Mas, ao final da década, um novo tipo de astro começou a surgir. O belga , ex-campeão de kickboxing, trouxe uma combinação de técnica e fluidez às lutas, redefinindo o gênero com filmes como , e . Ainda assim, segundo o próprio ator, o que o diferenciava de seus colegas era algo mais simples: emoção.
Em 1991, em entrevista ao The Washington Post para promover , Van Damme afirmou que não tinha medo de demonstrar sentimentos diante das câmeras — algo que, segundo ele, faltava a outros astros da ação. “Homens como Arnold e Sly têm medo de chorar, de sentir algo na tela. Eles não conseguem fazer isso”, declarou. “Quero fazer filmes sobre paixão! Sobre amor! Você precisa de uma mulher para estar na Terra. É bonito ter esses momentos.”
Ator belga relembrou entrevista em que criticava a falta de emoção dos astros da ação dos anos 80
Na época, Duplo Impacto era o projeto mais ambicioso de Van Damme: ele produziu, coescreveu o roteiro, coreografou as cenas de luta e interpretou gêmeos idênticos, Alex e Chad Wagner. O filme consolidou sua imagem de astro global e mostrou que, além de força física, o ator tinha interesse em papéis mais complexos emocionalmente.
A reportagem também destacou o carisma e o apelo visual do belga, que já figurava entre os homens mais atraentes do mundo segundo a revista Cosmopolitan. Van Damme comentou até uma característica física marcante: um pequeno inchaço na testa, resultado de uma antiga lesão no ringue. “Por que eu mudaria meu rosto?”, questionou, dizendo que a marca fazia parte de sua história.
Estes dois filmes com Jean-Claude Van Damme são muito parecidos – e não é coincidência
Mais de três décadas após a entrevista, Van Damme segue lembrado como um dos grandes nomes do cinema de ação, mas também como o astro que ousou trazer humanidade ao gênero, algo que, segundo ele, faltava aos colegas que definiram a era dos músculos e da testosterona.
Fonte: adorocinema






