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Violência urbana: impactos na saúde mental da população influenciada

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Violência é conceituada pelos nossos dicionários como “Ação hostil ou destrutiva, agressão, ataque”. A violência sempre fez parte da história humana, vemos isso ao percorrermos a linha do tempo desde a antiguidade, ainda que em diferentes escalas, formas e motivações ao longo do tempo, e mais que isso, o modo de como vem sendo vista pela sociedade a partir do início da vida humana em grupo.

Na idade antiga, a violência era vista como um meio legítimo e necessário de sobrevivência e soberania; através das batalhas alcançava-se a glória e a vitória. Na idade média, a violência já não era mais apenas uma questão de sobrevivência ou de conquistas, mas também de manutenção do poder; o comportamento violento era tão severo, quanto na época anterior. Na idade moderna a violência acontecia em escala global e na era contemporânea surge a violência ideológica.

Infelizmente nossos tempos modernos trouxeram a violência em massa, sem precedentes; o afeto do ser humano vem se tornando cada vez mais frio, existe um descompromisso com a necessidade e bem-estar do próximo. O egoísmo e o egocentrismo direcionam o comportamento e o caminho de cada um. No Brasil, as leis são brandas e pouco coíbem a violência; a religião, como o segundo poder, também vem perdendo a força sobre o indivíduo. As pessoas se dividem em lados, mas, ainda que as lutas maiores sejam de um lado contra o outro, há também as lutas dentro do mesmo lado. O ser humano parece um eterno descontente e cheio de raiva contra outro ser humano ou, até mesmo, contra ele próprio.

(Vídeo: Marcos Estevão)

É claro que com o avanço do direito e das leis, a violência diminuiu no que se refere ao tamanho populacional de hoje em relação aos povos do passado, mas, ainda assim, é muito grande e mais organizada. Pior que isso: é que nós nos dizemos evoluídos, todavia ainda usamos a mesma violência empregada nas eras anteriores, para sobreviver, para conquistar, para manter nossa conquista, em escala global e ideológica. Não modificamos a violência, apenas acumulamos conhecimentos de como agir violentamente e o que fazer para intensificar o ato violento.

No Brasil, a violência está mais concentrada em algumas regiões e em menor escala por todo o país, desde pequenos furtos, passando por assaltos à mão armada, homicídios e suicídios. O sexo masculino ainda é a principal vítima de crimes violentos. A violência verbal, sexual e assédio moral têm como principais vítimas as crianças, mulheres e idosos, que ainda são a parte vulnerável da população, juntamente com as pessoas com algum tipo de deficiência física ou mental. Os indivíduos negros e os de baixa renda são os mais atingidos pela violência.

Viver sob constante ameaça não afeta apenas o corpo físico, como também penetra profundamente na saúde mental. Convivemos diariamente com a violência, porque a vemos pessoalmente ou porque nos é mostrada através da televisão, das mídias sociais ou por meio de alguém do nosso convívio. O medo é um companheiro diário, não somos mais meros vigilantes, somos hiper vigilantes, vivemos em constante estado de alerta, o que é extremamente desgastante para o nosso aparelho psíquico. A ansiedade faz parte dos nossos dias; a depressão vem se manifestando cada vez mais. Observamos inúmeros casos de transtorno de estresse pós-traumático de pessoas que, de alguma forma, conviveram com a violência e não conseguiram administrar o que viram ou o que passaram naqueles momentos.

Para todos os casos de sofrimento mental, há necessidade de acolhimento e atendimento médico e psicológico. É necessário que políticas públicas implementem núcleos de atendimento a pessoas vítimas de violência, assim como àquelas que sofrem com o medo de se tornarem vítimas de comportamentos violentos. A violência é um assunto complexo porque ela pode estar longe ou perto de nós e um trabalho com amplas frentes deve ser disponibilizado à população, desde a segurança pública, o acolhimento de vítimas, o tratamento psiquiátrico, o tratamento psicológico e a vida religiosa.

Melhor que tudo isso, somente um lugar sem violência, algo que parece utópico, mas acredite, com vontade política e de toda a sociedade, seria possível.

Fonte: primeirapagina

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