ALMT cria Câmara de combate ao feminicídio em Mato Grosso: medidas e ações emergenciais

Mato Grosso ganhou uma iniciativa inédita contra o feminicídio. Nesta quinta-feira (9), a Assembleia Legislativa (ALMT) instalou a Câmara Setorial Temática (CST), que terá como missão analisar a atuação do poder público na proteção das mulheres diante dos altos índices de violência.

A deputada Edna Sampaio (PT), idealizadora do grupo, afirmou que a criação da CST foi inspirada em audiências públicas realizadas em diferentes municípios, onde constatou falhas no sistema de proteção à mulher e a necessidade de enfrentar as causas estruturais da violência.

“Precisamos ir além das estatísticas, enfrentando o machismo estrutural que ainda persiste em nossas instituições e relações sociais”, declarou Edna.

Estratégias de atuação

O trabalho da CST combinará análise estatística com acompanhamento de casos reais. Entre as frentes de atuação estão:

• Estudo do orçamento e financiamento de políticas de proteção;
• Avaliação da participação da sociedade civil;
• Acompanhamento direto das famílias afetadas por feminicídios.

“A intenção é unir dados quantitativos a histórias de vida, para compreender a dimensão social do problema”, completou a deputada.

Experiência e dados sobre feminicídio

A promotora de Justiça Claire Vogel Dutra apresentou o Observatório Caliandra, do Ministério Público, criado em 2023 para centralizar informações sobre feminicídios e outros crimes contra a mulher. “Hoje temos dados atualizados desde 2019, permitindo identificar municípios com maior incidência e orientar ações de prevenção”, explicou.

Inclusão social no debate

Karime Dogan, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), destacou a importância de incluir mulheres de diferentes grupos sociais. “É essencial considerar pautas de mulheres trans, cis, indígenas e quilombolas, garantindo visibilidade e proteção a todas”, afirmou.

Expectativas

Espera-se que os estudos da CST ofereçam subsídios concretos para políticas públicas mais eficazes no enfrentamento à violência contra a mulher em Mato Grosso. Comente sua opinião sobre a iniciativa e o impacto esperado!