A capacidade de Belém para receber a COP 30, com preços compatíveis e estrutura organizada, foi constatada nesta quarta-feira (24/9) por integrantes do Governo Federal, durante visitas técnicas realizadas às principais estruturas que irão receber o evento em novembro. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, declarou que a COP 30 será o início de um novo ciclo de desenvolvimento para a cidade, deixando diversos legados para a população após um período de grande esforço para superar os desafios de infraestrutura apontados desde o anúncio da sede do evento.
Na terça-feira (23/9), o ministro visitou hotéis e residências que hospedarão os participantes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Ele conversou com proprietários de imóveis e representantes da rede hoteleira, elogiando as condições encontradas.
“Nós fizemos uma grande mobilização com a criação de uma plataforma virtual para que os proprietários possam disponibilizar seus imóveis para alugar durante a COP”, lembrou Rui Costa, ressaltando o apoio decisivo do governo do Estado do Pará. Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (24), no Parque da Cidade — que será palco das negociações e cuja estrutura está 99% concluída — o ministro afirmou que a plataforma não permitirá diárias acima de US$ 600. “Acima disso, nós não colocamos e não colocaremos na plataforma”, reforçou.
“A minha vinda aqui é para desconstruir uma narrativa, inclusive internacionalmente. Muito se falou nas últimas semanas, e houve quem defendesse a retirada da COP de Belém em função de uma suposta escassez de leitos. Eu vim aqui demonstrar que há imóveis de excelente qualidade, a preços compatíveis com o padrão internacional, disponíveis para aluguel. É preciso reconhecer, no entanto, que existem alguns empreendimentos hoteleiros abusando nos preços. Para esses, vamos discutir esta semana medidas legais que possam ser adotadas”, afirmou.
Mais cedo, a comitiva federal visitou o Porto de Outeiro, que receberá dois navios de cruzeiro que funcionarão como hotéis flutuantes para delegações da conferência. “Esse é um grande investimento e um grande legado que ficará para Belém e para o Pará”, destacou Rui Costa, ressaltando que o porto passará a ser um novo vetor do turismo, entrando na rota dos transatlânticos turísticos.
Outro legado mencionado pelo ministro foi o grande investimento em obras de macrodrenagem e esgotamento sanitário. “Os resultados já são visíveis. Todas as obras de canais receberam muitos investimentos do Governo Federal em parceria com o governo estadual para evitar alagamentos. Juntamente com essas macrodrenagens e esses canais, estamos realizando o esgotamento sanitário”, detalhou.
Participaram das agendas a vice-governadora e presidente do Comitê Estadual da COP 30, Hana Ghassan; o ministro do Turismo, Celso Sabino; a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior; o secretário extraordinário para a COP 30, Valter Correia; além de outras autoridades estaduais.
As visitas incluíram ainda a Vila Líderes, que está com 90% das obras finalizadas e, após a COP 30, será utilizada como sede administrativa do governo estadual. O Aeroporto Internacional de Belém já possui 95% de execução. Já a revitalização do Porto Futuro 2 está 99% concluída.
Mais de R$ 4 bilhões foram investidos pelo Governo Federal na COP20, assegurando que Belém seja palco do maior evento climático já realizado pela ONU, com infraestrutura renovada, requalificação viária, avanços ambientais, melhorias urbanas e um legado permanente para a cidade.
Abusos
Sobre os hotéis cujos preços estão “fora de qualquer padrão de razoabilidade”, o ministro informou que já realizou reuniões com a Advocacia-Geral da União em busca de soluções. “Nós vamos acionar juridicamente, buscando trazer esses preços para o patamar da razoabilidade. Não é correto, não é justo que hotéis — inclusive alguns que utilizam prédios públicos e que acessaram recursos subsidiados — estejam cobrando valores estratosféricos. Isso não corresponde ao que nós queremos fixar como imagem de Belém”, disse.
“Para esses casos concretos, vamos buscar alternativas judiciais, se necessário. Estamos fazendo contato com esses hotéis que, na nossa avaliação, estão extrapolando em demasia os preços, para tentar chegar a um acordo. Se não houver entendimento, acionaremos imediatamente a Justiça, sobretudo em relação aos que utilizam espaços públicos”, acrescentou.
“Qual a mensagem que queremos passar aos empresários? A COP não é o fim, é o começo. É como se fosse um cartão de visita que estamos entregando ao mundo. Se a imagem ao final da COP for a de que em Belém se praticam preços abusivos, impossíveis de serem pagos por qualquer pessoa comum, o grande legado da COP não será positivo. E qual é o grande legado? A imagem de um povo acolhedor, caloroso, com uma culinária maravilhosa. É isso que queremos deixar para que o mundo inteiro tenha curiosidade de conhecer a Amazônia e a cidade que sediou a COP 30”, defendeu.
Fonte: cenariomt