CENÁRIO AGRO

Melhoramento Genético aumenta produção de leite em propriedades familiares de MT

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Enquanto a média normal de produção de leite de uma vaca em Mato Grosso é de 4,6 litros por dia, as novilhas atendidas pelo Programa de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro chegam a registrar 25,4 litros diariamente. O salto na produtividade é resultado da tecnologia de transferência de embriões, iniciativa implementada em 2020 pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), que já transformou a rotina de centenas de famílias da agricultura familiar.


Em Vera (460 km de Cuiabá), o projeto começou em junho de 2022 e mudou rapidamente a realidade de produtores locais. Um exemplo é o casal Sidnei José dos Santos e Luzia Jociane Novask dos Santos, da fazenda Santa Helena, no assentamento Jonas Pinheiro. Antes, com 20 vacas, a produção variava entre 15 e 20 litros por dia, com lactação de apenas quatro a cinco meses por ano. Hoje, com sete novilhas fruto da transferência de embriões, a produção alcança 178 litros diários já na primeira cria.
“Com a tecnologia, os animais produzem mais leite por até nove meses. Na segunda cria, uma vaca que dava 31 litros/dia pode chegar a 35 litros ou mais”, explica Luzia.
A experiência foi possível graças à parceria da Seaf com a Associação dos Pequenos Agricultores Familiares do Acampamento Alto Celeste (Apafaac) e apoio técnico da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
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Para a coordenadora do programa, a médica veterinária Ângela Vânia, os resultados representam uma verdadeira revolução para os pequenos produtores. “Está transformando vidas. O aumento da produtividade do rebanho e da renda devolve ânimo aos agricultores de pequena escala, que percebem a importância da genética de alta produção aplicada nas transferências de embriões”, afirma.
O técnico da Empaer, Fernando Brock, que acompanha a família desde o início, também destaca os impactos. “É indiscutível a qualidade do leite fruto do melhoramento genético. O aumento da produção e das vendas trouxe resultados significativos”, diz. Hoje, o leite da fazenda é vendido à Cooperativa Agropecuária Mista Terranova Ltda, em Terra Nova do Norte.
Outro beneficiado em Vera é o produtor Edson Grankow, do sítio Dona Elizabeth. Contemplado com seis bezerras do programa, já colhe bons resultados. Três delas já deram cria e outras duas estão prenhas.
“Uma delas já produz de 28 a 30 litros por dia. Quando forem vacas, acredito que chegarão a 40 ou 45 litros”, projeta. Sua produção é destinada ao laticínio Sorriso, que recolhe o leite duas vezes por semana.
Conforme o presidente da Apafaac, os ganhos são contínuos. “O produtor já tem um material genético de qualidade. Agora é dar sequência no melhoramento para colher ainda mais resultados”, reforça.
Desde 2020, o programa recebeu mais de R$ 6,7 milhões em investimentos, atendendo 1.080 produtores de 32 municípios, com um total de 4.126 prenhezes confirmadas. Agora, a iniciativa avança para uma nova fase, abrindo espaço para que mais agricultores familiares tenham acesso à tecnologia.
Com a biotecnologia, o tempo de ganho genético é reduzido, permitindo que produtores de pequena escala, que antes não teriam condições de arcar com os custos, alcancem padrões de produtividade equivalentes a rebanhos de alto desempenho.

 

Fonte: Olhar Direto

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