Entre 1º de agosto e 4 de setembro, a Operação Shamar realizada pela Polícia Civil prendeu 484 pessoas em Mato Grosso e atendeu mais de duas mil vítimas. No entanto, em Várzea Grande, a rede de acolhimento para mulheres vítimas de violência continua precária e distante do que determina a Lei nº 14.541/23, que exige atendimento 24 horas em delegacias especializadas.
Um caso emblemático ocorreu em junho, quando uma jovem de 21 anos agredida pelo companheiro buscou ajuda na Central de Ocorrências e encontrou portas fechadas e ausência de servidores. “Cheguei sozinha, machucada, mas não tinha ninguém para me atender”, relatou a vítima, precisando procurar outra unidade policial.
Os dados do governo divulgados durante o “Agosto Lilás” contrastam com essa realidade. Em agosto, um homem foi preso em Cuiabá após tentar matar a companheira em Várzea Grande, sendo a prisão possível apenas pelo rastreamento da tornozeleira eletrônica. Em maio, uma adolescente de 17 anos esfaqueou o companheiro de 21 anos no bairro Cristo Rei, depois de ser agredida.
Atualmente, o atendimento da Delegacia da Mulher em Várzea Grande funciona apenas em horário comercial, sem equipe de plantão, suporte psicológico ou jurídico adequado. Essa lacuna expõe as vítimas a novos riscos e descumpre a legislação federal que visa garantir proteção integral e contínua às mulheres.
Fonte: cenariomt