Durante uma visita exclusiva ao set de gravação de , produção nacional do Prime Video, conversamos com parte do elenco da aguardada minissérie que estreia em 31 de outubro no streaming, com primeira exibição no Festival do Rio no dia 8 de outubro.

Stella Carvalho
As gravações aconteceram em novembro de 2025, em uma fábrica de lingeries localizada no bairro do Tucuruvi, em São Paulo. O espaço foi completamente transformado para dar vida ao ambiente carcerário. Foram construídas celas, refeitórios, academias, pavilhões, salas de costura, salão de beleza e outros cenários inspirados na penitenciária real.
Em uma das paredes, lia-se a frase: “Este presídio só recebe o indivíduo. O delito e seu passado ficam de fora”, inscrição que também está presente na unidade prisional de Tremembé. A direção de arte caprichou nos detalhes, com murais listando nomes de detentas nas oficinas de costura e cartazes anunciando casamentos comunitários, reforçando a imersão no universo retratado.
A série de cinco episódios mergulha nos bastidores do Complexo Penitenciário de Tremembé, onde cumpriram pena alguns dos criminosos mais conhecidos do Brasil, como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Anna Carolina Jatobá, Alexandre Nardoni e Roger Abdelmassih. Misturando fatos reais e ficção, a narrativa explora alianças improváveis e triângulos amorosos dentro da prisão.
Baseada nos livros do jornalista “Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido” e “Suzane: assassina e manipuladora”, Tremembé tem roteiro assinado pelo próprio Campbell ao lado de Vera Egito, Juliana Rosenthal, Thays Berbe e Maria Isabel Iorio.
“Nunca foi um desejo imitar”
Interpretando Suzane von Richthofen, destacou que a criação da personagem partiu tanto do texto original quanto das obras de Campbell. “Tremembé é uma série de ficção, mas inspirada nos livros do Ullisses. A gente teve muito como base, além do roteiro, esse material. Mas nunca foi um desejo imitar, cada uma de nós trouxe sua assinatura artística, junto com a direção e os textos”.
, responsável por viver Elize Matsunaga, ressaltou o desafio de equilibrar referências reais com liberdade criativa: “Usei muito os livros, mergulhei em vídeos e depoimentos. Mas como não temos acesso ao cotidiano dessas mulheres, tivemos que criar as camadas íntimas. É aí que entra o trabalho artístico, essa mescla de pesquisa com a nossa interpretação”.
Já , que dá vida a Anna Carolina Jatobá, contou que buscou referências não apenas nos livros de Campbell, mas também no vasto material da imprensa: “No meu caso específico, eu mergulhei muito nas reportagens da época. Como o caso da Jatobá foi extremamente notório, havia muito material para consultar. Eu me apoiei em entrevistas, especialmente a que ela concedeu ao Fantástico, porque foi uma das poucas vezes em que ela falou mais longamente. Escutar a voz dela, observar o jeito de se expressar, me ajudou a encontrar uma identidade corporal e vocal para a personagem”.

Stella Carvalho
A atriz revelou ainda que, em algumas cenas, buscou uma precisão quase documental: “Houve momentos em que eu quis ser milimétrica, como quando reproduzi uma foto já conhecida do público. A ideia era chegar o mais perto possível da imagem real, porque isso dá ao espectador a sensação de reconhecimento imediato. Mas também existem outras cenas que não estão registradas publicamente, em que tivemos liberdade de imaginar”.
, intérprete de Sandrão, apontou a importância de juntar pesquisa e direção: “Tudo vira uma oportunidade de experimentar. Existe uma ansiedade mágica em cada cena, porque ela exige que a gente una técnica, corpo, preparo e o inesperado que surge na hora”.
A pressão de interpretar figuras que chocaram o Brasil
Quando questionadas sobre o peso de encarar figuras tão conhecidas do público, as atrizes concordaram que o processo exige coragem, de acordo com Bianca Comparato: “Não sei se medo é a palavra. Requer coragem. Como atriz, precisamos visitar lugares desconfortáveis. É tenso, mas é saudável”.
“Essas personagens são desafiadoras. Venho de uma trajetória no humor e agora assumir a Elize foi um choque, mas também um crescimento enorme”, acrescenta Carol.
Como o público deve reagir a Tremembé

Stella Carvalho
O elenco também refletiu sobre a recepção da série em meio ao boom de produções de true crime nos últimos anos. De acordo com Letícia, a série pode gerar reflexões, além de ser um exercício artístico e social. “O público vai se encontrar com um tema forte e a partir daí não temos controle, mas acreditamos no impacto”, diz.
Marina Ruy Barbosa, por sua vez, confessou que já era consumidora assídua do gênero: “Sempre gostei de true crime e de investigações. É um assunto que sempre me gera curiosidade”.
Com episódios de 45 minutos, Tremembé promete ser uma das estreias mais comentadas do ano no streaming, explorando crimes que chocaram o Brasil e um elenco de peso.
Fonte: adorocinema