Lançado em 1998, parecia fadado a se tornar apenas uma nota de rodapé na história do cinema. Um ano depois, a chegada de transformou as irmãs Wachowski em ícones da ficção científica, enquanto a produção de , igualmente ambiciosa, ficou em segundo plano.
A trama acompanha John Murdoch (), que desperta sem memória em uma banheira de hotel e recebe um telefonema enigmático do Doutor Daniel P. Schreber ().
Ao tentar fugir, cruza com figuras conhecidas como “os Estranhos”, responsáveis por manipular a realidade todas as noites, quando a cidade mergulha em escuridão eterna. Logo, o inspetor Frank Bumstead () o declara suspeito em uma série de assassinatos, dando início à perseguição.
À medida que vagueia pela metrópole, Murdoch recupera fragmentos de lembranças, incluindo a existência de uma esposa, Emma (), e de um lar em Shell Beach. Mas qualquer tentativa de alcançá-los fracassa. Com o tempo, descobre que é parte de um experimento: deveria ter recebido memórias de um assassino, mas, por um erro, desperta para a manipulação ao seu redor.
Cidade das Sombras acabou caindo no esquecimento
Apesar da recepção crítica respeitável, Cidade das Sombras enfrentou problemas comerciais. Com orçamento de 27 milhões de dólares, arrecadou pouco além do custo, conquistando apenas 200 mil em lucro. O contraste com o desempenho de Matrix, que surfou no clima otimista do fim dos anos 1990 com sua ação estilizada e efeitos inovadores, contribuiu para que a obra de Proyas fosse esquecida.
Hoje, a redescoberta do filme mostra que parte do público finalmente está pronta para mergulhar em sua complexidade. Embora não tenha o mesmo impacto cultural da franquia das Wachowski, Cidade das Sombras conquista uma nova geração de espectadores — um reconhecimento tardio, mas significativo para um dos títulos mais singulares da ficção científica dos anos 1990.
Fonte: adorocinema