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Estudo revela ligação entre perda de olfato e Alzheimer: Cheiro do esquecimento

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Sentir o cheiro de um café recém-passado, o perfume de alguém querido ou até mesmo o aroma da chuva pode parecer banal. Mas um novo estudo sugere que a ausência dessas percepções pode ser o primeiro alerta de uma das doenças mais temidas do século: o Alzheimer.

Pesquisadores da Universidade de Munique, liderados por Jochen Herms, descobriram que o sistema imunológico do cérebro pode atacar fibras nervosas responsáveis por levar informações olfativas até o locus coeruleus, região que ajuda a decodificar os cheiros.

O fenômeno acontece porque as membranas de alguns neurônios começam a expor a substância fosfatidilserina, interpretada pelas células de defesa (microglia) como um convite para serem “eliminados”.

Os resultados, publicados na revista Nature Communications, foram obtidos por meio de três métodos: experimentos em camundongos, exames de PET em pacientes vivos e análise de cérebros de pessoas que morreram com Alzheimer. Em todas as frentes, os cientistas observaram alterações precoces nas conexões ligadas ao olfato.

Para Herms, essa descoberta pode mudar a forma como a doença é diagnosticada:

Olfato como sentinela da memória

Estudos anteriores já apontavam a perda olfativa como um indicador de risco. Pesquisas nos Estados Unidos, acompanhando quase 3.000 idosos, mostraram que pessoas com olfato prejudicado tinham o dobro de chance de desenvolver demência em cinco anos. Outro levantamento, com duração de 12 anos, reforçou que o déficit olfativo isolado é um dos sinais mais confiáveis para prever a doença.

Além disso, especialistas ressaltam que o olfato costuma falhar antes de sintomas mais clássicos, como lapsos de memória. Isso amplia a possibilidade de rastrear pacientes numa fase em que medicamentos experimentais, como os anticorpos contra beta-amiloide, têm maior chance de funcionar.

Desafio no diagnóstico

Apesar das descobertas científicas, o acesso a um diagnóstico rápido ainda é um desafio. Apenas no Reino Unido, 944 mil pessoas vivem com demência número que deve ultrapassar 1 milhão até 2030. Uma pesquisa da Alzheimer’s Society mostrou que mais da metade dos pacientes enfrenta longas esperas, e muitos precisam recorrer a diversos profissionais para obter uma avaliação conclusiva.

O nariz como ferramenta do futuro

Se confirmadas em novos estudos, as descobertas podem transformar o simples ato de sentir cheiros em um aliado poderoso contra o Alzheimer. Para Herms, isso abre uma perspectiva otimista.

Assim, o que parecia apenas uma perda sensorial cotidiana pode se revelar um recurso essencial para ganhar tempo diante de uma doença que ainda desafia a medicina. Afinal, talvez o nariz seja o novo “radar” do cérebro.

Fonte: primeirapagina

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