Economia

Demanda por crédito cai em julho, mas consultas disparam, revela CNDL/SPC Brasil

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O mercado de crédito no Brasil apresentou em julho de 2025 um cenário marcado por contrastes. De acordo com o Indicador de Demanda por Crédito da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), houve queda de 9,63% nas consultas em relação ao mesmo mês do ano passado, mas, na comparação com junho, registrou-se alta de 61,20%, o maior crescimento mensal da série histórica.

O presidente da CNDL, José César da Costa, destacou que o resultado mostra um movimento atípico. Para ele, a disparada nas consultas revela a forte procura da população por soluções financeiras, mesmo em um ambiente de retração anual, sinalizando que há demanda reprimida por crédito.

Os dados também permitem traçar o perfil de quem buscou crédito no mês. Homens foram maioria, representando 54,37% do total de consultas, e a faixa etária de 40 a 49 anos respondeu por 24,33% da demanda. Apesar do crescimento expressivo no número de consultas, apenas 1,74% dos consumidores chegaram a efetivar algum tipo de contratação. Entre esses, 76,82% optaram por empréstimos e 21,66% por financiamentos. Outro dado relevante é que, no momento da consulta, 34,94% das pessoas possuíam alguma restrição ativa, o que pode ter limitado o fechamento de operações.

Na análise por setor financeiro, a maior parte das consultas veio da intermediação monetária ligada a depósitos à vista, com 41,18% de participação, seguida pelo segmento de seguros, que somou 23,40%. Somados, esses dois grupos responderam por quase dois terços de toda a movimentação registrada em julho. Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, a baixa taxa de contratação frente ao alto número de consultas indica que o consumidor está pesquisando mais, mas fechando menos negócios, seja por falta de condições favoráveis ou por cautela diante do cenário econômico.

Em relação à distribuição geográfica, a região Sudeste concentrou 46,38% das consultas, seguida pelo Nordeste com 20,92%, pelo Sul com 17,95%, pelo Centro-Oeste com 8,44% e pelo Norte com 6,31%. Esses números mostram a força das regiões mais populosas na busca por crédito, mas também revelam que a tendência de maior procura esteve presente em todo o país.

O quadro revela um consumidor que ainda sente os efeitos de restrições financeiras e busca alternativas, mas encontra dificuldades para converter intenção em contratação. Para o setor financeiro e para o comércio, o dado acende um alerta: a demanda existe, mas só se transformará em volume de crédito efetivo se houver confiança, condições de pagamento adequadas e menos barreiras na aprovação.

Fonte: cenariomt

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