Entre os dilemas de pessoas que têm intolerância à lactose está o consumo de queijos. Esse alimento é parte fundamental da dieta de muitos brasileiros, presente no café da manhã, em receitas tradicionais e até em petiscos do dia a dia. A boa notícia é que a exclusão total do queijo nem sempre é necessária.
O processo de maturação e a redução da lactose
De acordo com a nutricionista Nádia Lauro, alguns queijos passam por um processo natural que reduz significativamente a quantidade de lactose. “Nos queijos maturados, as bactérias utilizadas na fermentação consomem a lactose e a transformam em ácido lático. Isso explica porque variedades como parmesão, grana padano, provolone e emmental contêm quantidades mínimas do açúcar do leite”, explica.
Esse processo de maturação pode variar entre semanas e até anos, dependendo do tipo de queijo. Quanto mais longo o tempo de cura, a concentração de lactose tende a ser menor.
Queijos brasileiros que entram na lista
No Brasil, o Queijo Canastra (especialmente quando maturado por mais de 30 dias) apresenta um nível baixo de lactose. Outros queijos artesanais de longa cura, como algumas versões de Serra da Canastra e Serrano Gaúcho, podem ser opções interessantes para quem não deseja abrir mão desse alimento culturalmente tão presente.
Por outro lado, os queijos frescos, como minas frescal, ricota, cottage e muçarela fresca, retêm boa parte da lactose natural do leite e, por isso, devem ser evitados pelos intolerantes.
Até os maturados exigem cautela
Apesar de conterem pouca lactose, mesmo os queijos de longa cura podem causar desconforto em pessoas com intolerância severa. “A quantidade de lactose é mínima, mas não é zero. Por isso, recomendo que os pacientes mais sensíveis façam uso da enzima lactase em cápsulas ou gotas como medida de precaução”, alerta Nádia.
Esse recurso auxilia na digestão e pode permitir que intolerantes consumam pequenas porções sem apresentar sintomas.
Produtos industrializados e versões vegetais
Outra alternativa são os queijos industrializados rotulados como ‘zero lactose’. Esses produtos passam pela adição da enzima lactase, que quebra a lactose antes mesmo do consumo. “Eles tendem a ser bem tolerados, mas a reação varia de pessoa para pessoa. É importante observar como o corpo responde”, reforça a nutricionista.
Além disso, o mercado de queijos vegetais cresceu significativamente nos últimos anos. Produzidos a partir de castanhas, soja, grão-de-bico ou arroz, eles não contêm lactose e podem ser temperados e maturados para oferecer sabor e textura semelhantes aos queijos tradicionais.
O segredo está no autoconhecimento alimentar
Cada organismo responde de maneira diferente à lactose. Por isso, o acompanhamento profissional é indispensável para orientar limites e alternativas seguras.
“O segredo é respeitar os limites do seu corpo. Alguns pacientes toleram um pedaço de parmesão, outros não. Cada caso é único, e a alimentação precisa ser adaptada à realidade de cada pessoa”, conclui Nádia.
Fonte: primeirapagina
