O uso de cordões específicos, como o de girassol e o de quebra-cabeça, tornou-se uma ferramenta crucial para a identificação de pessoas com deficiências não aparentes.
Cordões de identificação e acessibilidade
Estes cordões ajudam a identificar e oferecer suporte a pessoas com necessidades específicas.
🌻 Cordão de girassol
Criado no Reino Unido, já adotado no Brasil.
Identifica pessoas com deficiências não aparentes, como autismo, TDAH, fibromialgia, epilepsia, doenças crônicas, entre outras.
Facilita a oferta de ajuda, prioridade em filas e compreensão em situações de necessidade.
🧩 Cordão quebra-cabeça
Muito associado ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O quebra-cabeça representa a diversidade e complexidade do espectro.
Usado para indicar que a pessoa pode precisar de atenção diferenciada, paciência ou suporte.
🦻 Cordão azul com símbolo da orelha riscada
Indica pessoas surdas ou com deficiência auditiva.
Facilita a comunicação, mostrando que a pessoa pode precisar de apoio em Libras, leitura labial ou outros recursos.
♿ Cordão com símbolo internacional de acessibilidade
Usado por pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida.
Indica necessidade de prioridade em deslocamentos e atendimentos.
A iniciativa, que ganhou força em diversos países e foi oficializada no Brasil, tem como principal objetivo facilitar o acesso a direitos e promover o respeito em locais públicos, como hospitais, aeroportos, supermercados e agências bancárias.
O cordão de girassol, instituído por lei federal (Lei 14.628/2023), é o símbolo nacional para a identificação de pessoas com deficiências ocultas, que não são visíveis de imediato.
De acordo com o Ministério da Saúde, essa categoria abrange um vasto leque de condições, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), fibromialgia, doença de Crohn, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), surdez e epilepsia, entre outras. A sua função é sinalizar a necessidade de atenção, paciência e, se necessário, de atendimento prioritário e de suporte específico.
Já o cordão de quebra-cabeça é um símbolo internacionalmente reconhecido para o TEA. Embora o cordão de girassol seja mais abrangente no Brasil, o de quebra-cabeça é amplamente utilizado por pessoas autistas e seus familiares como uma forma de identificação e de pertencimento à comunidade.
Em 2023, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o cordão de quebra-cabeça como um meio de identificação para pessoas com TEA.
O uso desses cordões não substitui a necessidade de um laudo médico que comprove a deficiência, mas serve como um facilitador imediato em situações do cotidiano, minimizando o estresse e a necessidade de explicações constantes por parte da pessoa ou de seu acompanhante. Essa medida simples, mas poderosa, contribui para um ambiente mais acolhedor e inclusivo.
Entendendo as deficiências invisíveis
As deficiências invisíveis são condições de saúde física ou mental que impactam significativamente a vida de uma pessoa, mas não são perceptíveis à primeira vista.
A falta de sinais visíveis frequentemente leva à incompreensão e a julgamentos por parte de terceiros, o que pode dificultar o acesso a direitos e gerar constrangimentos. A criação de símbolos como o cordão de girassol surge como uma resposta a essa barreira, promovendo a conscientização e a empatia.
O espectro de deficiências ocultas é vasto, indo muito além do TEA. Exemplos incluem:
- Transtornos neurológicos: Como epilepsia, que pode causar convulsões e perda de consciência, e TDAH, que afeta a atenção e o controle de impulsos.
- Doenças crônicas: Como a doença de Crohn (inflamação intestinal), fibromialgia (dor crônica generalizada) e lúpus (doença autoimune).
- Condições sensoriais: Como a surdez e a baixa visão.
- Transtornos de ansiedade: Como a ansiedade social, que pode paralisar a pessoa em interações sociais.
- Condições respiratórias: Como a asma severa.
A conscientização sobre essas condições é fundamental para que a sociedade entenda que a ausência de um sinal físico de deficiência não significa que a pessoa não precise de suporte ou de adaptações.
Políticas públicas e suporte governamental
No Brasil, diversos órgãos governamentais têm se empenhado em criar e implementar políticas públicas para dar suporte às pessoas com deficiência.
Um exemplo é a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), documento que facilita a comprovação da condição e o acesso aos direitos previstos em lei.
Além disso, iniciativas como o Festival TEAlentos, que celebra as habilidades artísticas de pessoas com autismo, e as Feiras do Empreendedorismo Inclusivo incentivam a autonomia e a participação social.
Estruturas de saúde como os Centros de Atendimento a Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CETEA) e os Núcleos de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (NATEA) oferecem atendimento qualificado e suporte para as pessoas com TEA e seus familiares.
Apesar da ampla divulgação, a obtenção dos cordões ainda pode ser um desafio em algumas regiões. Eles podem ser encontrados em eventos e feiras promovidas por órgãos estaduais de saúde e políticas para autismo, além de estarem disponíveis para compra online.
Fonte: primeirapagina