No programa “Música e Vinho” da Centro América FM, a história dos vinhos californianos ganhou destaque a partir de um episódio que marcou a viticultura mundial: o “Julgamento de Paris”, em 1976. Na ocasião, um painel de especialistas provou às cegas rótulos franceses e americanos e, para surpresa geral, reconheceu a qualidade dos vinhos da Califórnia, mudando para sempre a reputação da região no cenário internacional.
Dois anos depois, em 1978, nascia a Opus One, vinícola que se tornaria referência de Napa Valley e símbolo da sofisticação da produção local. Localizada em Oakville, a vinícola ocupa parte do Tokalon Vineyard, considerado o vinhedo mais prestigiado e antigo da Califórnia.
Um corte Bordalês em solo californiano
O Opus One é elaborado seguindo a tradição de Bordeaux, combinando Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec e Petit Verdot em proporções que variam a cada safra. Ainda assim, a Cabernet Sauvignon é sempre a protagonista. A escolha não é por acaso: Napa Valley oferece condições ideais para o cultivo dessa uva, a ponto de ser chamada de “Pauillac da Califórnia”, em referência à região francesa célebre pelos seus tintos encorpados.
Safras de personalidade
Em uma degustação vertical de cinco safras — 2010, 2012, 2014, 2016 e 2017 — o resultado foi unanimemente elogiado: vinhos complexos, longevos, redondos, elegantes e sedosos. Cada garrafa expressa o cuidado e a precisão que consolidaram a marca como um dos grandes nomes da viticultura mundial.
A obra-prima de duas tradições
O nome “Opus One” significa literalmente “Obra Um” e traduz a ambição de seus criadores: Barão Philippe de Rothschild, ícone de Bordeaux, e Robert Mondavi, pioneiro da Califórnia. A parceria entre os dois resultou em um único vinho, produzido ano após ano com o mesmo objetivo: ser uma obra de arte líquida, capaz de unir o rigor francês ao espírito inovador americano.
Quase meio século após o Julgamento de Paris, os vinhos californianos já não precisam provar nada a ninguém. Mas o Opus One segue lembrando que, quando tradição e ousadia se encontram, o resultado pode ser um vinho verdadeiramente único.
Ouça o episódio completo, com a participação da sommelier Kézia Giugni:
Fonte: primeirapagina