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Descubra a Importância da Escolha da Energia Certa – Parte 1: Motivos Relevantes

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Recentemente, tivemos a notícia de que o revogou a sua proibição ao financiamento de empreendimentos que visem à implantação de centrais de geração de eletricidade de matriz nuclear. Os recursos estiveram travados por décadas por causa dos movimentos ambientais. Entretanto, o desenvolvimento da sociedade do planeta necessita de mais energia, não permitindo que uma fonte riquíssima como essa possa permanecer ignorada para sempre.

É um ponto interessante, pois a revogação do BM ao financiamento de energia nuclear não veio apenas apoiado na crescente demanda global por eletricidade, incluindo a necessidade generalizada de desenvolvimento dos países mais pobres. Ela também vem se galgando no discurso climático, no qual o desenvolvimento tecnológico pode ser alcançado por essa forma de energia simplesmente porque ela atende aos quesitos de “baixas emissões” de CO2 ou os fantasiosos “gases de efeito-estufa”. É a decisão certa, mas pelo motivo errado! Contudo, o ponto nevrálgico envolve fatores geopolíticos de peso que vão muito mais além da fantasia climática.

Segundo matéria publicada no jornal britânico Financial Times, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, afirmou que a instituição voltaria a reentrar no ramo na energia nuclear, mas em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (IEA, de ), órgão criado em 1957, cuja sede está localizada em Viena, capital da Áustria.

Embora a IAEA seja autônoma, tem vínculos com a Organização das Nações Unidas (ONU), apresentando atualmente 171 Estados membros signatários. Sua principal função é exercer vigilância sobre os países detentores de tecnologias nucleares. Notoriamente, contudo, em impedir que eles alcancem o status de possuírem armas nucleares. “Missão” essa classificada como restrição à proliferação de armas nucleares.

Ações em favor da energia nuclear

Donald Trump, Salão Leste da Casa Branca, em Washington, D.C., EUA - 16/7/2025 | Foto: Umit Bektas/Reuters
O Presidente Dos Estados Unidos, Donald Trump, É Defensor De Investimentos Na Área De Geração De Energia Nuclear | Foto: Umit Bektas/Reuters

A mudança não veio do nada, pois logo que voltou ao poder, o presidente dos EUA, Donald Trump, garantiu que haveria uma reviravolta em vários setores de desenvolvimento, entre eles o energético. Como ele sempre se apresentou com uma posição política pró-nuclear e sabendo-se que os EUA são o maior acionista do Banco Mundial, não se esperaria algo diferente. Ademais, outras nações ocidentais pró-nucleares também instigavam o banco para que suprimisse a proibição de financiar projetos nucleares.

A posição do BM, na sombra dos EUA, não é simplesmente uma benesse para os países em desenvolvimento, mas também uma necessidade estratégica em um mundo que começa a se polarizar novamente. Torna-se imperativo que empresas do setor nuclear do Ocidente se fortaleçam frente à presença de grandes gigantes estatais nucleares da Rússia e da China, pois essas já começaram a construção de usinas em países em desenvolvimento.

A Rosatom, empresa russa de base e infraestrutura do ramo nuclear, por exemplo, já constrói usinas em Bangladesh, país asiático com mais de 170 milhões de habitantes, e na Turquia, onde vivem cerca de 90 milhões de pessoas. Essa empresa não se limita a apenas instalação e construção, mas realiza pesquisa para avanços energéticos nucleares, um setor crucial para aperfeiçoamento da tecnologia.

Se o Ocidente continuar com a palhaçada ideológica disfarçada de compromisso ambiental terá que pagar uma conta enorme. Assim, como o setor teoricamente quase não produz CO2, nada mais conveniente que utilizar deste atributo para promovê-lo como “verde”, ou amigável ao clima (seja lá o que esta estupidez signifique). É preciso deixar de lado boa parte das rusgas ambientais mais clássicas, como o “perigo radioativo” ou o “onde depositar o lixo nuclear?”.

O avanço da ciência nuclear

Usina Nuclear Angra 1
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, No Brasil, É Formada Pelo Conjunto Das Usinas Nucleares Angra 1, Angra 2 E Angra 3 | Foto: Rodrigo Soldon/Flickr

Aliás, falando disso, vale comentar o quanto, com o aperfeiçoamento da ciência nuclear e suas técnicas, o tal “lixo nuclear” passou a ser reciclado, fornecendo mais energia novamente até ser quase que completamente exaurido. Pois é, esse foi o resultado de anos de pesquisa sem parar, não se limitando por questões de discursos ambientalistas alucinados. Foi a ciência desenvolvendo soluções para um problema que sabiam que teria resultado porque em vários lugares do mundo, inclusive no , tal material segue guardado para futuras aplicações.

Neste ponto, muitos engenheiros e técnicos dos EUA lamentam que o falecido ex-presidente Jimmy Carter tenha optado por um programa nuclear onde a maior parte dos reatores não consiga trabalhar com o recomposto reciclado. A estimativa é que, só nos EUA, a reserva de material nuclear, antes considerado “lixo”, possa suprir a demanda elétrica nacional até a metade do século 22. É muita coisa para um país que consome quase um terço do que é produzido em energia no mundo! Lembremos que os norte-americanos possuem mais de 100 usinas em operação, sendo o maior parque nuclear no mundo. Eles necessitam ampliar sua capacidade de geração e aumentar a vida útil de várias de suas centrais.

Portanto, isso poderá vingar. O próprio presidente do BM declarou que a instituição apoiará os projetos que permitam estender a vida útil dos reatores existentes nos países que já tenham tais equipamentos. Também entrarão no escopo dos financiamentos os projetos de infraestrutura de base desta indústria, o que é muito necessário, além da modernização de redes coligadas.

Ao que parece, os ventos da mudança também sopram na Alemanha. Sucessivos governos sempre se opuseram ao uso da energia atômica, opondo-se abertamente ao seu financiamento, especialmente por doutrinas políticas verdes e sua aversão à tecnologia. Tudo indica que a realidade tem pesado cada vez mais no país. Foram vários problemas seguidos como a perda do gás russo, o encarecimento geral da energia, o perigo da desindustrialização e o fantasma de apagões gerados por “energias verdes” e a sua dependência cada vez maior da malha de distribuição europeia.

Mudança de postura da Alemanha

Friedrich Merz fez aliança com os sociais democratas da Alemanha e conseguiu ser eleito
Friedrich Merz É O Atual Chanceler Alemão | Foto: Reprodução/ X

Curiosamente, a falta de apoio do BM aos projetos nucleares desde 1959 remete à oposição realizada pela própria Alemanha. Na época, o país dividido foi muito mais usado como uma articulista de oposição, visando a deter a proliferação de armas nucleares, o que fugia diretamente do propósito energético. A sua primeira usina só entrou em operação em 1969, com potência inferior a 1 mil MW no lado ocidental, a então República Federal da Alemanha.

Atualmente, o novo governo de Berlim, liderado pelo chanceler Friedrich Merz, abandonou a oposição do país à energia nuclear nas discussões da . Antes, as discussões sempre seguiam a pauta dos “verdes”, tentando bloquear toda iniciativa energética que não lhes convinha, o que foi uma tremenda hipocrisia, pois o país passou as duas primeiras décadas do século 21 investindo e extraindo pesadamente carvão de linhito, um dos piores tipos nos quesitos ambientais que eles mesmos propõem.

Hoje, os alemães têm uma “Itaipu” de carvão. Ou seja, energia efetiva (firme e estável), mas que tem emissões de CO2 e também de SO2. Mesmo toda essa potência ainda não é suficiente para bancar o déficit energético do país e da UE. Desta forma, em maio de 2025, Merz já avisou ao presidente francês, Emmanuel Macron, que não bloquearia mais os esforços dos franceses que pedem que a energia nuclear seja tratada de forma idêntica às energias eólica e solar na legislação europeia.

Na próxima parte, discutiremos a forma dos investimentos, a geopolítica por trás desses movimentos e como o Painel do Clima da ONU, por meio de alguns países, prontificou-se em reforçar o apoio à energia nuclear, enquanto que, para outros, a agenda climática continua a impor um sistema de baixa geração de energia intermitente e cara, que mina o grande sonho de desenvolvimento industrial, inclusive do Brasil.

Fonte: revistaoeste

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