O mês de agosto marca o auge da estiagem em Mato Grosso. Com o ar mais seco, aumento da poeira e baixa umidade, crescem também os casos de irritação nas vias respiratórias e a tosse é um dos principais sinais de alerta para os especialistas.
Uma tosse prolongada e fora do esperado merece atenção. É o que afirma o médico pneumologista Arlan Azevedo. Segundo ele, nos casos de gripe comum, a tosse costuma durar de sete a dez dias. “Quando ultrapassa duas semanas, especialmente se vier acompanhada de catarro ou falta de ar, já é um sinal de alerta”, explica.
Tempo seco piora os sintomas
Com a chegada de agosto e a intensificação da estiagem no Estado, os casos de tosse aumentam. A baixa umidade do ar, combinada com poeira e poluição, irrita as vias respiratórias, agravando os sintomas que já existiam.
Além disso, o tempo seco deixa as defesas naturais do nosso corpo mais vulneráveis. “As vias respiratórias ficam mais expostas, o que facilita infecções e crises em quem já tem problemas como rinite, sinusite ou asma”, explica o médico.
Tosse seca ou com catarro?
Segundo o médico Arlan, é importante observar o tipo de tosse, pois isso pode ajudar a identificar a causa. A tosse seca geralmente aparece no começo de uma gripe ou virose. Já a tosse com catarro pode indicar que houve uma infecção secundária, causada por bactérias.
“Isso acontece porque o vírus da gripe enfraquece a proteção natural da mucosa respiratória. Aí, bactérias que normalmente não causariam problema aproveitam para atacar. Nesse caso, o uso de antibióticos pode ser necessário, mas só com orientação médica”, alerta.
Tosse que não passa pode ser sinal de outra doença
Em alguns casos, a tosse prolongada pode estar ligada a outras doenças mais sérias, como a tuberculose. Também pode ser um sintoma da chamada “covid longa”, quando os efeitos do coronavírus continuam mesmo depois da fase aguda da doença.
“Na covid, o pulmão como um todo é afetado. A tosse pode durar semanas, mas é diferente daquelas causadas por infecções comuns nas vias aéreas superiores”, afirma o pneumologista.
Quando procurar ajuda médica
Nem toda tosse é motivo de preocupação, mas alguns sinais exigem atenção. Segundo o médico, é importante buscar atendimento quando:
Fique atento aos sinais:
- A tosse durar mais de duas semanas;
- Houver falta de ar ou sensação de cansaço para respirar;
- Surgir febre por mais de três dias;
- A tosse vier acompanhada de catarro espesso ou com cor alterada;
- A saturação de oxigênio estiver baixa (quem usa oxímetro deve observar).
Cuidado com os “coquetéis” de farmácia
Um alerta importante feito pelo Dr. Arlan é sobre os remédios aplicados de forma indiscriminada, como os “coquetéis” que misturam corticoides, antialérgicos e outros medicamentos.
“Esses coquetéis podem ser perigosos, principalmente para quem tem diabetes ou baixa imunidade. Além disso, muitas vezes não resolvem a causa da tosse e ainda trazem efeitos colaterais graves”, reforça.
O que fazer em casa para aliviar a tosse
Enquanto espera por atendimento ou nos casos mais leves, alguns cuidados simples podem ajudar a aliviar a tosse:
- Beber bastante água para manter as vias respiratórias hidratadas;
- Umidificar o ambiente, com toalhas molhadas, bacias com água ou umidificadores;
- Evitar poeira, fumaça e cheiros fortes, que irritam ainda mais a garganta;
- Usar mel (exceto em crianças menores de 1 ano), que ajuda a suavizar a tosse;
- Manter as vacinas em dia, como gripe, covid e pneumonia;
- Quem tem asma ou rinite deve seguir o tratamento direitinho, sem interromper os medicamentos.
“A tosse é um sinal de que algo não vai bem. Por isso, é sempre importante entender o que está causando, em vez de apenas tentar ‘cortar’ o sintoma com remédios sem orientação”, finaliza o médico.
Fonte: primeirapagina