Empresas brasileiras ampliaram significativamente sua presença nos Estados Unidos nos últimos dez anos. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o estoque de investimentos produtivos no país chegou a US$ 22,1 bilhões em 2024, crescimento de 52,3% em comparação a 2014. Atualmente, ao menos 70 empresas nacionais mantêm operações em 23 estados norte-americanos.
Entre 2020 e 2024, foram anunciados mais de US$ 3,3 bilhões em novos aportes. Os setores com maior participação nos investimentos são alimentos e bebidas (28%), plásticos (12,4%), produtos de consumo (9,8%), software e serviços de TI (9,6%) e metais (9,3%).
A Flórida lidera em número de empresas brasileiras com fábricas instaladas (12), seguida pela Geórgia (7) e por estados como Michigan, Minnesota, Missouri e Nova York (6 cada). Tennessee e Texas abrigam cinco unidades produtivas brasileiras cada.
Entre os principais projetos anunciados entre 2020 e 2025 estão aportes da JBS (US$ 807 milhões), Omega Energia (US$ 420 milhões), Companhia Siderúrgica Nacional (US$ 350 milhões), Bauducco Foods (US$ 200 milhões) e Embraer (US$ 192 milhões).
Somente nos cinco primeiros meses de 2025, nove empresas brasileiras divulgaram novos investimentos. A Embraer está implantando um centro de manutenção no Texas (US$ 70 milhões), com 250 empregos diretos; a JBS prevê uma nova planta em Iowa (US$ 135 milhões), com 500 vagas; e a Sustainea, joint venture entre Braskem e Sojitz, investirá US$ 400 milhões em Indiana.
Ao todo, 2.962 empresas brasileiras têm investimentos variados nos Estados Unidos. Para a CNI, os dados evidenciam a forte integração econômica entre os dois países, baseada não apenas em comércio, mas em parcerias estratégicas de longo prazo.
Enquanto isso, o mapeamento também mostra que 186 empresas norte-americanas anunciaram novos negócios no Brasil no mesmo período. Destaques incluem Bravo Motor Company (US$ 4,3 bilhões), Microsoft (US$ 3 bilhões), CloudHQ (US$ 3 bilhões), Amazon (US$ 2,8 bilhões) e New Fortress Energy (US$ 1,6 bilhão).
Entre 2015 e 2025, os setores mais procurados por investidores dos EUA no Brasil foram comunicações (31%), montadoras de automóveis (13,5%), carvão, petróleo e gás (11,4%), serviços financeiros (10,9%) e energias renováveis (7,1%).
Fonte: cenariomt