Nos primeiros sete meses do Programa Tolerância Zero contra as facções criminosas em Mato Grosso, a Polícia Penal deteve 151 visitantes por tentarem ingressar com itens proibidos nas unidades prisionais do estado. As ocorrências, registradas entre dezembro de 2024 e junho de 2025, incluem tentativas de entrada com drogas, celulares, fumo e medicamentos não prescritos.
As abordagens se intensificaram especialmente nos finais de semana. Em 4 de maio, sete mulheres foram flagradas na Penitenciária Central do Estado (PCE), a maior do estado, durante revista com escâner corporal. Elas portavam pacotes de fumo, cigarros e remédios sem receita, e todas visitavam companheiros custodiados na unidade.
Casos semelhantes ocorreram na Cadeia Feminina de Rondonópolis, onde uma mulher tentou entrar com droga escondida na área íntima. Em junho, 12 pessoas foram detidas em ações nas unidades de Colniza, Tangará da Serra e Pontes e Lacerda. Nesta última, oito visitantes foram identificadas com fumo escondido no corpo, entre elas parentes de detentos.
Em Tangará da Serra, três mulheres confessaram portar porções de maconha. Elas foram encaminhadas à Polícia Civil e autuadas por financiamento ao tráfico. Todos os visitantes flagrados tiveram as carteiras de visitação suspensas por até um ano, conforme a gravidade da infração.
Segundo o secretário de Justiça, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, o resultado é fruto do investimento em segurança interna, com padrões operacionais, tecnologia de inspeção e operações contínuas. Ele ressalta que a atuação da Polícia Penal tem sido decisiva no combate às ações criminosas dentro das unidades.
Além das apreensões com visitantes, o reforço da vigilância também resultou na interceptação de drones usados por criminosos para tentar enviar celulares e drogas aos presos. Desde o início do programa, já foram registradas 405 operações e apreendidos 2.387 celulares, 907 chips, 4.805 porções de drogas, 27 drones, 1.072 carregadores e 248 armas artesanais.
A separação entre os sistemas Penitenciário e Socioeducativo, oficializada pela Lei Complementar 799/2024, e a criação da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) contribuíram para a redução das fugas e o fortalecimento da segurança no sistema prisional mato-grossense.
“Estamos trabalhando incansavelmente para manter a ordem e impedir a atuação das facções de dentro dos presídios. Esses resultados mostram que estamos no caminho certo”, concluiu o gestor da Sejus.
Fonte: cenariomt