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Mercado do Algodão: Implicações dos Conflitos Comerciais na Atual Indefinição

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O mercado do algodão seguiu indefinido na semana que passou, apesar dos contratos para dezembro de 2025 e de 206 encerrarem com alta na bolsa de Nova York. A situação decorre das negociações comerciais e o clima no hemisfério norte.

As informações constam no Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa desta sexta-feira (18).

Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa:

Canal do Cotton Brazil – Receba informações exclusivas sobre o mercado de algodão clicando aqui: https://bit.ly/Canal-CottonBrazil.

Algodão em NY – O contrato Dez/25 fechou nesta quinta 17/jul cotado a 68,80 U$c/lp (+1,6% vs. 10/jul). O contrato Dez/26 fechou em 70,04 U$c/lp (+0,8% vs. 10/jul).

Basis Ásia – Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 905 pts para embarque Jul/Ago-25 (Middling 1-1/8″ (31-3-36)), fonte Cotlook 17/jul/25.

Altistas 1 – EUA e Indonésia fecharam acordo com o país asiático se comprometendo a comprar US$ 4,5 bi em produtos agrícolas dos EUA, com pelo 63 mil tons de algodão. Esse acordo, entretanto pode ameaçar a posição do Brasil neste importante mercado.

Altistas 2 – Apesar das boas condições das lavouras nos EUA, analistas apontam que o clima no Texas foi favorável até 4 de julho, mas secou depois. A previsão continua seca, o que aumenta a volatilidade e sustenta o viés de alta.

Altistas 3 – A volatilidade nos preços do algodão tem sido uma das menores em 30 anos, favorecendo as indústrias têxteis.

Altistas 4 – O principal índice da bolsa de valores de NY, o S&P 500 bateu novo recorde esta semana, impulsionado por resultados corporativos positivos e dados econômicos sólidos dos EUA.

Baixistas 1 – O ambiente já turbulento do comércio internacional piorou com novas tarifas e recentes confusões de interpretação em acordos já fechados. É necessário reduzir essas incertezas para recuperar a confiança do mercado.

Baixistas 2 – As vendas semanais de exportação de algodão dos EUA despencaram, totalizando apenas 5.500 fardos na semana de 10 de julho — uma forte retração em relação aos níveis recentes (-93% em x semana anterior), indicando baixa demanda e enfraquecimento do ritmo comercial.

Baixistas 3 – As importações de algodão pela China continuam em forte queda. Em junho/25, foram apenas 30 mil tons, uma retração expressiva tanto em relação ao ano anterior (-80,6%) quanto ao mês anterior (-13%).

Baixistas 4 – No acumulado de agosto de 2024 a junho de 2025, as importações totalizaram aproximadamente 1.049.456 toneladas, representando uma redução anual de 65,7%. Esses números refletem uma demanda significativamente enfraquecida.

Brazilian Cotton Dialogues 1 – De 20 a 25/jul, a Abrapa, através do programa Cotton Brazil, levará 15 representantes do setor têxtil, marcas, varejistas e do terceiro setor globais a fazendas, algodoeiras e laboratórios em MT, BA e GO para mostrar a produção sustentável do algodão brasileiro.

Brazilian Cotton Dialogues 2 – A comitiva reúne lideranças da International Textile Manufacturers Federation (ITMF), Better Cotton, IDH, certificadoras, marcas e grupos têxteis com atuação global.

Brazilian Cotton Dialogues 3 – A ação integra o programa Cotton Brazil, realizado pela Abrapa em parceria com a ApexBrasil e apoio da Anea.

EUA 1 – O USDA elevou a produção de algodão dos EUA em 2025/26 para 3,32 milhões tons, com área colhida expandindo 6% para 3,5 milhões ha, mesmo com rendimento caindo 1%, para 907 kg/ha. Estoques finais subiram para 1,05 milhão tons.

EUA 2 – 54% da área de algodão nos EUA foram classificadas como boas/excelentes pelo USDA. Na mesma semana em 2024, esse percentual era de 45%.

China 1 – O Ministério da Agricultura da China manteve as projeções para 2025/26, com estoques finais de 8,23 milhões tons. Produção e consumo permaneceram em 6,25 milhões tons e 7,4 milhões tons, respectivamente.

China 2 – A safra de algodão em Xinjiang, na China, avança moderadamente para esta época do ano. As condições de temperatura e umidade seguem favoráveis ao desenvolvimento da lavoura.

Bangladesh 1 – O governo bengalês busca renegociar a tarifa de 35% com os EUA até 1º de agosto. A ameaça da taxação já desvia pedidos para outros mercados e leva compradores a rever contratos.

Bangladesh 2 – Bangladesh importou 123,3 mil tons de algodão em junho, queda frente a mai/25 e jun/24, com a Zona do Franco Africano liderando as entregas (38%). Brasil (28%), Índia e EUA (13% cada) completaram os principais fornecedores.

Bangladesh 3 – No acumulado dos últimos 11 meses, Bangladesh importou 1,52 milhão tons de algodão (+11% ante 2023/24). A Zona do Franco Africano forneceu 40%, a Austrália 24% e o Brasil, 16%.

Índia 1 – Até 11/jul, a área plantada de algodão na Índia totalizou 9,3 milhões ha, 200 mil ha abaixo do registrado na mesma data em 2024 (9,5 milhões ha). A área total prevista é de 12 milhões ha.

Paquistão 1 – O Paquistão mantém a produção estimada para 2024/25 entre 1,1 a 1,3 milhão tons de pluma, com lavouras se desenvolvendo de forma satisfatória na maior parte do cinturão do algodão.

Indonésia 1 – EUA e Indonésia fecharam acordo reduzindo de 32% para 19% a tarifa sobre produtos indonésios. Produtos reexportados de países com tarifas mais altas estarão sujeitos a ambas as taxas, embora as exportações dos EUA seguem sem tarifas.

Indonésia 2 – A Indonésia se comprometeu ainda a comprar US$ 4,5 bi em produtos agrícolas dos EUA, com 63 mil tons de algodão (US$ 215 mi) já especificadas, segundo fontes locais. Detalhes sobre prazos e cotas individuais aguardam anúncio oficial.

Brasil –  Exportações – As exportações brasileiras de algodão somaram 41,3 mil tons na segunda semana de julho. A média diária de embarque é 36,9% menor que no mesmo período em 2024.

Brasil – Colheita 2024/25 –  Até o dia de ontem (17/07) foram colhidos no estado da BA (39%), GO (43,11%), MA (30%), MG (45%), MS (44%), MT (5%), PI (50%), PR (95%) e SP (93%). Total Brasil: 14,92%.

Brasil – Beneficiamento 2024/25 – Até o dia de ontem (17/07) foram beneficiados nos estados da BA (15%), GO (10,7%), MA (4%), MG (15%), MS (9,3%), MT (0,2%), PI (22%)  PR (80%) e SP (65%). Total Brasil: 4,39%.

Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:

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Fonte: Abrapa

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Fonte: canalrural

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