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Mato Grosso do Sul suspende embarques de carne para os EUA devido a aumento de tarifas

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A indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul vive um momento de tensão e estratégia. Após o governo dos Estados Unidos anunciar uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, os frigoríficos do estado decidiram suspender temporariamente a produção de carne bovina destinada ao mercado norte-americano. A medida foi confirmada pelo Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems).

Segundo o sindicato, a paralisação afeta exclusivamente os embarques para os EUA e tem como principal objetivo evitar o acúmulo de estoques nas unidades produtoras. “É uma resposta logística e necessária diante de um cenário incerto e que afeta diretamente nossa competitividade”, afirmou um representante da entidade.

Com a nova tarifa, anunciada pela gestão de Donald Trump, os custos para manter a operação voltada ao mercado norte-americano se tornaram proibitivos. “A exportação para os EUA, que antes era estratégica e lucrativa, agora pode representar prejuízo certo se não houver revisão da política tarifária”, acrescenta o sindicato.

Impacto direto nas exportações sul-mato-grossenses

Os dados mostram o peso dessa decisão para a economia do estado. Apenas em 2025, a carne bovina desossada e congelada respondeu por 45,2% de todas as exportações de Mato Grosso do Sul, conforme levantamento da Federação das Indústrias do Estado (Fiems). Somente os Estados Unidos movimentaram US$ 142 milhões com a compra dessa proteína, consolidando-se como o principal destino da carne produzida no estado.

A suspensão das exportações representa, portanto, não apenas uma reação técnica, mas um alerta para as autoridades diplomáticas e econômicas brasileiras. O setor agroindustrial teme que a barreira tarifária norte-americana se estenda a outros produtos, ampliando as perdas para o Brasil.

Setor busca alternativas enquanto aguarda solução diplomática

Enquanto a situação não é revertida, os frigoríficos locais já avaliam a possibilidade de redirecionar parte da produção para mercados alternativos, como países asiáticos e do Oriente Médio. No entanto, essa mudança exige adequações logísticas e renegociações contratuais que podem levar tempo.

“A expectativa é de que o governo brasileiro atue com agilidade para abrir canais de negociação e restabelecer condições justas para nossos produtos. Mato Grosso do Sul tem qualidade reconhecida e capacidade de atender mercados exigentes. Não podemos permitir que decisões políticas externas prejudiquem um setor tão relevante para a economia local”, afirma o sindicato.

Por enquanto, o cenário segue indefinido. Mas a suspensão das exportações para os Estados Unidos já deixa um sinal claro: sem previsibilidade e diálogo internacional, a produção fica vulnerável, e quem paga o preço é o produtor, o trabalhador e toda a cadeia do agronegócio.

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Fonte: cenariomt

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