Quando se fala em Portugal, é quase automático pensar em Lisboa, com seus azulejos coloridos e bondes amarelos, ou no charme histórico de Porto, às margens do rio Douro. Mas o país vai muito além de suas cidades continentais. Em pleno Oceano Atlântico, dois arquipélagos portugueses guardam alguns dos cenários mais surpreendentes da Europa — ainda pouco visitados por brasileiros. Com uma natureza exuberante, Açores é o tipo de lugar que te faz respirar fundo e pensar “é disso que eu precisava!” – crateras viram lagos, vacas dividem espaço com miradouros e o tempo corre no ritmo das nuvens.
Já a Ilha Madeira é um pedaço de paraíso atlântico e montanhas, que une desde passeios de aventura na natureza selvagem a descanso com direito a uma vista imperdível. Separadas por cerca de 1.000 quilômetros de oceano, essas ilhas oferecem viagens totalmente diferentes entre si — mas igualmente encantadoras. E o melhor: com acesso fácil a partir do continente europeu, voos regulares e boa estrutura turística.
Ilha da Madeira
Para quem busca tranquilidade sem abrir mão de paisagens naturais arrebatadoras, a Ilha da Madeira é uma alternativa certeira aos destinos europeus mais convencionais.
Localizada em pleno Oceano Atlântico, a cerca de 1h40 de voo de Lisboa, a ilha tem se consolidado como um refúgio ideal para quem quer se reconectar com a natureza e ainda saborear o melhor da gastronomia portuguesa — tudo isso com o charme de um cenário que mistura tradição, modernidade e paisagens exuberantes, que incluem penhascos dramáticos, trilhas cinematográficas e uma floresta que é patrimônio da humanidade.

Não por acaso, a Madeira foi eleita seis vezes consecutivas o melhor destino insular do mundo pelo prêmio World Travel Awards.
Um arquipélago com alma e história
Madeira é principal ilha de um arquipélago vulcânico composto ainda por Porto Santo (também habitada), além dos grupos Desertas e Selvagens, que formam áreas de preservação ambiental. Toda essa região é marcada por um relevo montanhoso, vales profundos e um litoral recortado que abriga piscinas naturais e enseadas escondidas.
A joia do arquipélago é a Floresta Laurissilva, que cobre boa parte da paisagem e guarda espécies endêmicas da flora e fauna atlântica. Reconhecida pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade, ela pode ser explorada por trilhas que acompanham antigos canais de irrigação conhecidos como levadas — um sistema com mais de 800 km, construído há séculos para conduzir água da costa norte até o sul da ilha.
Programas imperdíveis
A ilha oferece um cardápio completo de experiências — a maioria ao ar livre e com vistas inesquecíveis. A seguir, os destaques para quem deseja explorar a região:
– Caminhar pelas levadas e veredas: as trilhas ao longo das levadas são uma das marcas registradas da ilha. Elas variam de rotas suaves a caminhadas mais exigentes, como a travessia entre os Picos do Areeiro e Ruivo, que passa por paisagens de outro planeta. Já a Levada do Caldeirão Verde, ideal para iniciantes, cruza florestas densas e cachoeiras até chegar a uma lagoa de águas cristalinas.
Outra opção é a Vereda da Ponta de São Lourenço, no extremo leste da ilha. A trilha percorre um terreno árido e rochoso, contrastando com o verde do restante da ilha, e termina em um mirante com vista para o mar — onde é possível até mergulhar.

– Subir aos mirantes: com sua geografia montanhosa, a Madeira é pontuada por mirantes que oferecem vistas vertiginosas. O mais famoso deles é o Cabo Girão, um penhasco de 580 metros de altura com uma plataforma de vidro que desafia os visitantes mais corajosos. Outros pontos de observação, como o Miradouro da Eira do Serrado e o Pico dos Barcelos, também merecem uma parada.
– Mergulhar em piscinas naturais: o litoral rochoso da Madeira esconde verdadeiros oásis formados por lava vulcânica. As piscinas naturais de Porto Moniz, no noroeste da ilha, são as mais estruturadas e populares — com vestiários, guarda-vidas e acesso facilitado. Para quem busca algo mais selvagem, as piscinas de Doca do Cavacas e Cachalote oferecem um banho de mar inesquecível.
Sabores locais
A culinária da Madeira reflete suas influências múltiplas. No cardápio típico brilham pratos típicos como a espetada de carne no pau de louro, o bolo do caco (pão achatado feito de farinha de trigo e batata-doce, geralmente servido com manteiga de alho), peixe-espada preto com banana e frutos-do-mar fresquíssimos. E não dá para sair da ilha sem provar o icônico vinho Madeira — fortificado, encorpado e com uma história curiosa: ele ganhou fama depois de passar por processos de oxidação nos porões de navios, durante as longas travessias comerciais. Hoje, as vinícolas locais oferecem visitas guiadas e degustações para quem quer conhecer os bastidores dessa bebida histórica.
Açores
No meio da imensidão azul do Atlântico Norte, a cerca de duas horas de voo de Lisboa, um arquipélago de origem vulcânica guarda cenários que parecem saídos de um filme de fantasia. Com crateras transformadas em lagoas coloridas, piscinas termais ao ar livre, falésias cobertas de hortênsias e vacas que dividem espaço com os mirantes de tirar o fôlego, os Açores são uma joia portuguesa ainda pouco explorada— e um dos melhores destinos da Europa para quem busca turismo de natureza, experiências autênticas e zero aglomeração.

Composto por nove ilhas divididas em três grupos — Oriental, Central e Ocidental —, o arquipélago oferece paisagens tão diversas quanto impressionantes. Entre os principais atrativos, estão trilhas que cruzam montanhas e florestas, passeios de observação de baleias e golfinhos, banhos em fontes termais e uma gastronomia simples, fresca e profundamente conectada ao território.
Belezas naturais de outro mundo
Açores é, antes de tudo, um destino para contemplar a natureza majestosa, com vulcões adormecidos, lagos de caldeira, cascatas escondidas, fajãs (planícies costeiras formadas por deslizamentos ou lava) e campos verdejantes a perder de vista.
A maior e mais visitada das ilhas é São Miguel, apelidada de “Ilha Verde”. Nela, ficam alguns dos cartões-postais mais conhecidos do arquipélago, como a Lagoa das Sete Cidades, que combina duas lagoas (uma verde e uma azul) interligadas por uma ponte. Do alto do mirante da Vista do Rei, o visual é de cair o queixo. Também em São Miguel, vale visitar a Lagoa do Fogo, emoldurada por mata nativa, e se banhar nas águas quentes do Parque Terra Nostra, em Furnas, uma gigantesca piscina termal cor de ferrugem rodeada por jardins botânicos.

Já na ilha do Pico está o ponto mais alto de Portugal, com 2.351 metros de altitude. A subida exige preparo físico, mas oferece vistas inigualáveis para o mar e as ilhas vizinhas. Ao redor, as videiras plantadas entre pedras vulcânicas formam um cenário único, reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
Em Flores e São Jorge, o destaque vai para as trilhas e para as fajãs — pequenas planícies entre as montanhas e o mar, perfeitas para quem quer se isolar do mundo e ouvir apenas o som das ondas e dos pássaros.

Programas imperdíveis
– Observação de cetáceos: os Açores são um dos melhores lugares do mundo para observar baleias e golfinhos em seu habitat natural. Espécies como a baleia azul, o cachalote e o golfinho-roaz podem ser vistas em diferentes épocas do ano. O ponto de partida mais comum é Ponta Delgada, em São Miguel.
– Trilhas e caminhadas: de passeios leves a aventuras mais desafiadoras, o arquipélago conta com mais de 80 trilhas oficiais e sinalizadas. A trilha da Lagoa do Capitão (Pico), a rota até a Fajã da Caldeira de Santo Cristo (São Jorge) e o circuito das Lagoas das Sete Cidades são algumas das mais procuradas.
– Banhos termais: em São Miguel, é possível nadar em piscinas naturais de água quente, como as da Poça da Dona Beija, das Termas das Caldeiras da Ribeira Grande e do Parque Terra Nostra, com águas ricas em minerais que chegam a 38°C.
– Tour pelas vinícolas do Pico: protegidas por muros de pedra e cultivadas em solo basáltico, criam condições únicas para o cultivo da uva verdelho. Vale visitar os museus do vinho, as vinícolas locais e fazer degustações com vista para o mar.
– Canoagem e mergulho: as águas transparentes da região são ideais para a prática de caiaque, snorkel e mergulho com cilindro, especialmente nas ilhas Graciosa e Faial.
Sabores locais
A gastronomia açoriana é um capítulo à parte. Rica em frutos do mar, carnes, laticínios e pratos preparados em fogos lentos, ela reflete o isolamento e a abundância natural do arquipélago. O cozido das Furnas, por exemplo, é um prato icônico de São Miguel: os ingredientes — carnes, legumes e enchidos — são colocados em panelas e cozidos no vapor geotérmico do solo vulcânico por mais de cinco horas.
Outros destaques são as lapas grelhadas (moluscos típicos servidos com manteiga, alho e limão), o polvo guisado à moda dos Açores (macio, suculento e temperado com vinho, queijos artesanais (cada ilha tem seus queijos, e o destaque fica por conta dos de São Jorge e da Ilha do Pico) e os Ananás dos Açores (abacaxis cultivados em estufas de vidro, com sabor mais doce do que o tradicional).

Em relação às bebidas, Açores conta com vinhos brancos e fortificados, produzidos principalmente na Ilha do Pico, com sabor mineral e notas salinas.
Como chegar
Se você ficou interessado em conhecer Açores e Madeira, mas imagina que o acesso a essas ilhas paradisíacas é difícil, uma boa notícia: a TAP Air Portugal conta com voos diretos e diários para essas localidades.
Para a Ilha da Madeira, de Lisboa a Funchal, você leva apenas 1h40 de viagem. Já para Açores, de Lisboa a Ponta Delgada e Terceira, o voo dura 2h15.
Acesse o site da TAP Air Portugal, confira as tarifas promocionais e viva essa imersão na natureza, no silêncio e na simplicidade.
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Fonte: viagemeturismo