Com a colheita da safra 2024/25 de algodão iniciando de forma gradual em diversas regiões produtoras do Brasil, a expectativa é de um novo recorde na produção da fibra. Segundo o relatório mais recente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgado em 12 de junho, a estimativa nacional foi reajustada positivamente em 0,2% em relação ao mês anterior e indica um crescimento de 5,7% frente à safra passada. Se confirmada, a produção brasileira poderá atingir 3,913 milhões de toneladas de pluma.
Apesar do cenário otimista no campo, o mercado interno segue com negociações lentas e preços estáveis, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A entrada gradual da nova safra não tem estimulado vendas no spot nacional. Isso porque a queda no dólar frente ao real, aliada à desvalorização nas cotações internacionais, tem reduzido a paridade de exportação, o que acaba desmotivando os vendedores a fecharem novos negócios.
Do lado da demanda, os compradores mantêm cautela e só atuam no mercado quando há necessidade imediata de renovação de estoques. O comportamento retraído das duas pontas do mercado — oferta e demanda — tem contribuído para a manutenção dos preços internos em um patamar estável, mesmo diante da chegada da nova safra.
A previsão de produção recorde reforça o protagonismo do Brasil no mercado mundial de algodão, mas também acende o alerta para os desafios na comercialização, especialmente em um contexto de câmbio e mercado internacional desfavoráveis.
Fonte: cenariomt