Durante a programação da FIT Pantanal, o Fórum Empresarial de Desenvolvimento Econômico reuniu representantes de redes hoteleiras e o Governo do Estado na quinta-feira (5) para discutir um dos principais entraves ao turismo em Mato Grosso: a escassez de investimentos na rede hoteleira, especialmente em municípios fortalecidos pelo agronegócio e pelo turismo de negócios.
Com presença consolidada em cidades como Várzea Grande, Rondonópolis e Primavera do Leste, a rede Slaviero planeja expandir sua atuação para Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop e Nova Mutum. Segundo Diego Soares, diretor de Novos Negócios, o crescimento econômico não tem sido acompanhado pela infraestrutura hoteleira adequada. “Há carência tanto de quantidade quanto de bandeiras profissionais operando”, afirmou.
Já a Rede Inter aposta fortemente no interior, conforme destacou Alex Morales, gerente geral e diretor de marketing e vendas. Ele ressaltou que o agronegócio está liderando a demanda por hospedagem, mas ainda há gargalos como escassez de mão de obra qualificada e suprimentos.
O poder público também atua para ampliar a rede de hospedagem e atrair novos investimentos. O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, enfatizou que o turismo é tratado como um setor econômico estratégico. “É uma das indústrias mais limpas que existem, gera renda e emprego”, comentou, mencionando que o estado preserva mais de 60% de seu território.
Para Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), há capital local disponível para investimentos em empreendimentos mid-scale, com diversas possibilidades de gestão e parceria.
Atualmente, o Brasil conta com 152 projetos hoteleiros em andamento, representando mais de 23 mil unidades habitacionais — um acréscimo de 57 projetos em comparação a 2024. Segundo Cinthia Fernanda Garcia Marques, do Ministério do Turismo, cidades médias voltadas aos negócios estão em alta e medidas como incentivos fiscais e áreas especiais de interesse turístico são estratégicas para atrair investidores.
Os números confirmam a tendência positiva: segundo José Wenceslau Junior, presidente da Fecomércio-MT, o turismo arrecadou R$ 91 milhões em ICMS em 2023, um crescimento de 25% em relação a 2022. “Queremos mostrar o potencial do estado e criar um ambiente propício aos negócios”, destacou.
Outro destaque é o Parque Novo Mato Grosso, em construção em Cuiabá, que promete atrair eventos de grande porte. Wener Santos, presidente da MT Par, ressaltou que o espaço contará com a maior roda-gigante do continente, kartódromo, toboágua e estrutura de entretenimento. “Precisamos de uma rede hoteleira de qualidade para atender esse fluxo”, concluiu.
Fonte: cenariomt