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MATO GROSSO

Sindicatos de servidores de Mato Grosso denunciam supostas fraudes em consignados ao MPF, envolvendo Capital Consig

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Sindicatos de servidores pĂșblicos de Mato Grosso acionaram o MinistĂ©rio PĂșblico Federal (MPF) nesta quarta-feira (22), pedindo investigação sobre alegadas fraudes e abusos da empresa Capital Consig SCD S/A. A denĂșncia aponta irregularidades na oferta de crĂ©dito consignado via o cartĂŁo MTCARD, direcionado a servidores ativos, aposentados e pensionistas do estado.

Segundo o documento entregue ao MPF, a Capital Consig estaria desvirtuando a proposta do cartĂŁo consignado, usando-o como um emprĂ©stimo. As acusaçÔes incluem a falta de cartĂŁo fĂ­sico e de faturas, alĂ©m de operaçÔes de “tele saque”, onde o dinheiro Ă© transferido diretamente para a conta do servidor sem deixar claro que se trata de um contrato de cartĂŁo de crĂ©dito. Essa modalidade possui regras e juros distintos de um emprĂ©stimo comum.

“A Capital Consig vale-se da denominação ‘cartĂŁo de crĂ©dito consignado’ porque assim pode alcançar a margem consignĂĄvel prĂłpria para esta modalidade (
) mas desvirtua sua operação ao adotar a prĂĄtica abusiva conhecida como ‘tele saque’”, detalha o texto da denĂșncia.

Os sindicatos relatam que servidores foram enganados e surpreendidos com descontos em folha de pagamento que não correspondem aos valores recebidos. Em alguns casos, os valores depositados representavam menos de 20% da dívida consignada, resultando em pagamentos por até 96 meses com juros mensais que chegavam a 7,71%. Isso poderia levar a um aumento de mais de 800% no valor total da dívida.

Para exemplificar, uma servidora teria recebido R$ 3,6 mil via tele saque, mas acabou com uma dĂ­vida registrada de mais de R$ 62 mil, com descontos mensais de R$ 650. Outro caso menciona um depĂłsito de R$ 321,41, resultando em parcelas mensais de R$ 333,91 por cinco anos, totalizando mais de R$ 20 mil pagos.

A representação também aponta que a Capital Consig não fornece cópias dos contratos aos consumidores, o que seria uma violação do Código de Defesa do Consumidor e das normas do Banco Central.

Os sindicatos solicitam a abertura de inquérito no MPF para apurar crimes financeiros, publicidade enganosa, estelionato e violação de direitos do consumidor. Pedem, ainda, que o governador Mauro Mendes (União) seja notificado para suspender imediatamente as operaçÔes da Capital Consig no estado.

Posição da Capital Consig e força-tarefa do Governo de MT

Em resposta Ă s denĂșncias, a Capital Consig comunicou que iniciou um processo de recall para atualizar e revalidar os contratos de cartĂŁo de crĂ©dito consignado com servidores pĂșblicos de Mato Grosso. A empresa afirma que a medida atende a um pedido da Controladoria Geral do Estado (CGE) e busca reforçar a transparĂȘncia e a segurança nas relaçÔes contratuais, em conformidade com as diretrizes do Banco Central e a legislação vigente.

Na Ășltima terça-feira (20), o Governo de Mato Grosso publicou um decreto criando uma força-tarefa para verificar e apurar possĂ­veis irregularidades de empresas consignatĂĄrias conveniadas ao estado. A ação visa evitar prejuĂ­zos financeiros aos servidores pĂșblicos e garantir eventuais ressarcimentos.

O trabalho serĂĄ conduzido em conjunto pela Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon), Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), MinistĂ©rio PĂșblico do Estado de Mato Grosso (MPMT), Controladoria Geral do Estado (CGE) e Secretaria de Estado de Planejamento e GestĂŁo (Seplag).

Fonte: cenariomt

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