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Gilberto Gil surpreende em show na ABL durante Encontro sobre Suassuna

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A roda de conversa do ciclo de debates Em Torno de Ariano Suassuna, na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), transformou-se, nesta terça-feira (13), em um show do cantor e compositor Gilberto Gil, que estava em casa, uma vez que Ă© um imortal da academia. O encontro Cantos/encantos nordestinos foi conduzido pelo tambĂ©m acadĂȘmico Joaquim FalcĂŁo.

“Ariano era o Nordeste como vida, e o Gil disse: ‘vamos cantar o Nordeste como vida’, e assim estamos cantando Ariano, que Ă© mais do que intelectual, Ă© mais do que um nordestino”, disse FalcĂŁo na abertura do encontro, para logo depois apresentar uma lista sĂł de ritmos nordestinos considerados patrimĂŽnio musical do Instituto do PatrimĂŽnio HistĂłrico e ArtĂ­stico Nacional [Iphan]. “LĂĄ estavam baiĂŁo, frevo, maracatu, samba de roda do RecĂŽncavo Baiano, repente, entre outros que fazem parte da identidade diversa e autĂȘntica da mĂșsica brasileira.”

“Escolhi uma sĂ©rie de cançÔes que dĂŁo conta dessa abrangĂȘncia do escopo geral do trabalho de Ariano”, afirmou Gil.

A pedido do pernambucano Joaquim FalcĂŁo, Gil começou com o famoso frevo canção Evocação NÂș 1 e foi seguido pela plateia que lotou o auditĂłrio. Na sequĂȘncia, Gil elencou uma sĂ©rie de mĂșsicas e nomes de instrumentos que se relacionam com o universo musical nordestino para concluir:

“Por intermĂ©dio dos nordestinos e nordestinados, como disse Joaquim, e dos sulinos, dos baiĂ”es e das polcas, o forrĂł vem se tornando espaço de cultivo musical, criação coreogrĂĄfica e ambiente de convĂ­vio para pequenas populaçÔes rurais e grande acumulados urbanos em que se produzem ricas trocas entre cultura e religiĂŁo dentro do grande caldeirĂŁo Ă©tnico, polĂ­tico e religioso que vem se constituindo neste hĂ­brido sociocultural chamado Brasil”, disse, sendo muito aplaudido.

FalcĂŁo lembrou que o ciclo Em torno de Ariano Suassuna foi criado pela acadĂȘmica HeloĂ­sa Teixeira, que morreu em março deste ano, aos 85 anos. Foi a segunda roda de conversa da programação de maio em homenagem a Ariano Suassuna, o paraibano de mĂșltiplos talentos: escritor, filĂłsofo, intelectual, dramaturgo, professor, romancista, artista plĂĄstico, ensaĂ­sta, poeta, polĂ­tico e advogado brasileiro.

Ainda na lista de ritmos do patrimĂŽnio do Iphan, FalcĂŁo incluiu a ciranda do Nordeste, os repentes, as matrizes do Nordeste, o choro, e perguntou a Gil o que ele preferia cantar em seguida.

“SĂŁo gĂȘneros, ainda que muito deles de origem propriamente local e nordestina, que se tornaram gĂȘneros brasileiros. Com o advento do rĂĄdio, desses meios de difusĂŁo que o sĂ©culo 20 forneceu ao Brasil, a mĂșsica nordestina, atravĂ©s dos seus intĂ©rpretes mais entusiasmados, se esparramou pelo Brasil inteiro. Acho natural e justo citar o nome de um deles, o mais renomado, mais importante, que foi e Ă© Luiz Gonzaga”, afirmou.

O encontro com os acadĂȘmicos faz parte das atividades do Curso de Formação de Escritores da Universidade das Quebradas, criada em 2009 no Programa Avançado de Cultura ContemporĂąnea da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por iniciativa da professora e acadĂȘmica HeloĂ­sa Teixeira.

Rio de Janeiro (RJ), 13/05/2025 – PĂșblico da Universidade das Quebradas na conferĂȘncia com os acadĂȘmicos Gilberto Gil e Joaquim FalcĂŁo

Rio de Janeiro (RJ), 13/05/2025 – PĂșblico da Universidade das Quebradas na conferĂȘncia com os acadĂȘmicos Gilberto Gil e Joaquim FalcĂŁo UniversitĂĄrios acompanham roda de conversa sobre Ariano Suassuna na Academia Brasileira de Letras – Fernando FrazĂŁo/AgĂȘncia Brasil

O grupo composto por alunos que estĂŁo tendo aulas na ABL estava bastante animado, mas nĂŁo era o Ășnico. Na plateia estavam tambĂ©m estudantes do convĂȘnio da modalidade lĂ­ngua estrangeira dos ministĂ©rios da Educação e das RelaçÔes Exteriores, em parceria com diversas instituiçÔes de ensino superior, mas, neste caso, com a UFRJ. Os alunos que estavam presentes foram selecionados em paĂ­ses da África e vĂŁo fazer toda a graduação no Brasil. Como nĂŁo sĂŁo falantes de lĂ­ngua portuguesa, tĂȘm a oportunidade de cursar o idioma um ano antes do ingresso na universidade.

O aluno Ange FrĂ©dĂ©ric Meyong Megne, de 19 anos, que Ă© do GabĂŁo, estava entre eles. Mesmo sem ter ainda o portuguĂȘs fluente, deixou a emoção falar mais forte para expressar o que tinha sido participar do encontro.

“Eu gostei muito porque foi uma oportunidade Ășnica de ouvir este cantor que se chama Gilberto Gil. Essas cançÔes sĂŁo muito lindas. Acho que a maior parte das pessoas que estĂŁo aqui tambĂ©m gosta. Eu compreendi tudo. Eu dancei muito. Eu estou muito feliz, porque foi uma oportunidade Ășnica para todo mundo. É magnĂ­fico”, disse, emocionado, o estudante gabonĂȘs. “NĂŁo tenho muitas palavras para expressar o que sinto agora.”

Fonte: cenariomt

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