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Vereador de Cáceres pede desculpas por comentários xenofóbicos contra bolivianos

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A superlotação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, gerou uma crise dentro da Câmara Municipal e expôs tensões sobre o atendimento prestado a pacientes bolivianos na rede pública de saúde.

Em meio ao debate, o vereador Cézare Pastorello (PT) usou a tribuna, no dia 8 de maio, para pedir desculpas públicas à população estrangeira após falas de colegas associarem a presença de bolivianos ao colapso da unidade.

“Peço perdão. Se em algum momento, nas falas de alguns vereadores que passaram — não hoje, mas na sessão passada —, chegaram a dizer que a culpa da superlotação da nossa Unidade de Pronto Atendimento era por conta dos bolivianos, então, em nome da população de Cáceres, eu peço perdão pelas falas que não representam o sentimento do povo cacerense”, afirmou Pastorello.

A fala ocorreu três dias após o vereador Rubens Macedo (União Brasil) levantar o tema em sessão do dia 5 de maio, ao comentar sobre a pressão no sistema hospitalar. Ele sugeriu que o número de atendimentos a bolivianos seria um dos fatores que contribuem para a situação.

“Não pode o município deixar de atender a Bolívia. Para dizer mais concreto com relação a isso, eles, os bolivianos, têm mais vezes do que nós, porque eles vêm de um outro país. É assim que foi determinado lá atrás, no governo Pedro Taques, se não me falha a memória”, declarou.

O vídeo mostra a fala do vereador Rubens na tribuna. (Vídeo: YouTube/Câmara Municipal de Cáceres)

Rubens também propôs a criação de um consórcio entre os 22 municípios que enviam pacientes para Cáceres, como forma de dividir os custos do atendimento. Defendeu ainda a reforma do Hospital Bom Samaritano, atualmente ocupado por um laboratório, para ampliação de leitos. Ele citou a situação da Unidade de Pronto Atendimento como exemplo da crise:

“Você vê a Unidade de Pronto Atendimento, por que estão falando que teve gente até debaixo da pia? Ou fica debaixo da pia ou tem que voltar para casa. Pelo menos ali, se tiver ali, tiver um problema, tem médico para atender o gente”, afirmou.

Em resposta, Pastorello ressaltou que, até aquele momento, apenas 10 bolivianos haviam sido atendidos na unidade em 2025, número que, segundo ele, não justifica o colapso na rede. O vereador também publicou um vídeo em suas redes sociais, parte em espanhol, como gesto direto à comunidade boliviana da região.

Cáceres é considerada cidade-gêmea de San Matías, na Bolívia, e concentra os principais serviços públicos de saúde da fronteira. A classificação federal reconhece o vínculo histórico e socioeconômico entre os dois municípios e garante o acesso de estrangeiros a atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: primeirapagina

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