Recentemente, o mundo voltou a ficar em alerta por causa de uma nova doença: a varíola dos macacos. Embora os primeiros casos tenham sido notificados na África Ocidental e na África Central, mais de 74 países já possuem infecções confirmadas.
No Brasil, as autoridades de saúde já contabilizaram 2.293 casos doença. Portanto, nesta matéria, selecionamos as principais dúvidas sobre o tema:
O que é varíola do macaco?
Assim como a varíola humana, a dos macacos é uma doença causada por um vírus do grupo ortopoxvírus. Apesar de o nome fazer referência ao primata, não há evidências científicas de que o macaco tenha sido o primeiro transmissor da doença.
As primeiras notificações deste tipo de varíola se deram na África, especialmente a Ocidental e Central.
Além disso, ainda que a doença esteja em evidência agora no mundo, ela já é conhecida no meio científico. Em 2016, por exemplo, casos da varíola dos macacos haviam sido notificados em países como Libéria, Serra Leoa, Nigéria, República do Congo, entre outros.
Entretanto, recentemente, o número de casos da doença aumentou em mais de 20 vezes. Pesquisadores acreditam que a causa para essa maior incidência seja a interrupção da vacinação contra a varíola, que ocorreu em 1980.
Como se pega a varíola dos macacos?
Nos últimos dias, profissionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, elaboraram uma lista com as três formas de transmissão da doença. São elas:
1. Contato com animal ou material infectado
Apesar de o nome da doença ser varíola dos macacos, ainda não se sabe qual o animal que possui o vírus. Entretanto, pesquisadores apontam que os roedores da África sejam os principais suspeitos pela transmissão às pessoas.
Portanto, arranhões ou mordidas desses animais são capazes de transmitir esse vírus. Além disso, o uso de produtos feitos com animais infectados e materiais contaminado também favorecem a disseminação da doença.
Ademais, compartilhar lençol, toalha ou roupas com alguém que esteja com a doença pode ser perigoso.
2. Pessoa para pessoa
Os fluídos corporais de uma pessoa infectada propagam a doença. Sendo assim, pus, sangue, secreção respiratória, feridas, beijo e toque na ferida podem transmitir a varíola.
Por outro lado, ainda não há registros de que os fluidos vaginais e o sêmen passem o vírus.
3. De mãe para filho
Além disso, outra forma de transmissão da varíola é por meio da placenta da mãe para o bebê ou ainda durante o contato da pele durante o nascimento da criança.
Quais os sintomas da varíola dos macacos?
De acordo com os casos notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas primários da varíola dos macacos são:
Esses sintomas iniciais podem ser muito confundidos com a virose, especialmente se estiverem acompanhados de mal-estar e perda de apetite. Porém, entre o primeiro e o terceiro dia do início dos sintomas, começam a aparecer pequenas lesões na pele ou na boca.
Conhecidas também como erupções cutâneas, elas surgem primeiramente no rosto e depois se espalham pelo tronco, palma das mãos, sola dos pés e tórax.
De acordo com o CDC, as feridas passam por cinco estágios antes de caírem. Portanto, no geral, a doença dura entre 2 a 4 semanas.
Qual o tratamento para varíola dos macacos?
Até o momento, ainda não há comprovação de um tratamento específico contra essa doença. Por isso, o controle dos casos e a prevenção são tão importantes.
Portanto, as recomendações para os pacientes infectados são:
Como prevenir a varíola?
Enquanto não há tratamento específico, profissionais de saúde aconselham algumas medidas básicas de contenção da doença. Em resumo, trata-se de distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos.
Portanto, os mesmos cuidados utilizados na prevenção do coronavírus são eficazes para outras doenças.
Qual é a vacina da varíola?
Após o anúncio de que alguns países estão vacinando a população contra a varíola, surgiu o questionamento: nós já estamos protegidos contra a doença?
Como dito anteriormente, a varíola dos macacos faz parte de um grupo de doenças, como a varíola humana, por exemplo. No Brasil, em 1904, com o aumento dos casos de varíola humana, o sistema de saúde desenvolveu uma vacina contra a varíola humana, que apesar de ser do mesmo grupo, não é a mesma coisa que a vacina dos macacos.
Graças à vacina, em 1971, a doença foi erradicada no Brasil. Porém, em 1980, a OMS recomendou que os países parassem com as campanhas de vacinação por conta da erradicação mundial.
Atualmente, estudiosos revelaram que a vacina contra a varíola humana é 85% eficaz contra a varíola dos macacos.
Porém, como faz cerca de 50 anos que não há mais campanha no Brasil, o país não possui estoque suficiente para imunizar a população nascida após os anos 70, exceto profissionais da saúde.
Portanto, pessoas nascidas até 1971 muito provavelmente já foram imunizadas contra a varíola e estão relativamente protegidas da variante dos macacos.
Varíola dos macacos no mundo
Até o momento, mais de 74 países já notificaram casos de varíola dos macacos. No entanto, embora tenha passado muito rapidamente para países nas Américas e na Europa, os países da África Ocidental e Central foram os primeiros a considerarem a doença como infecção viral endêmica.
Como medida preventiva, alguns lugares iniciaram campanha de vacinação contra a varíola humana. Ao mesmo tempo, a quarentena obrigatória também está sendo exigida em alguns lugares.
O aumento de casos fez com que o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciasse que a varíola dos macacos é uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
Casos de varíola dos macacos no Brasil
No dia 12 e junho, o Ministério da Saúde informou que existiam três casos confirmados de varíola dos macacos no país. O último paciente é um homem de 51 anos, português que veio de viagem a Porto Alegre
Ele fazia parte do grupo de pessoas que estavam em monitoramento desde o final de maio. Segundo as autoridades de saúde, o homem está isolado em casa junto com seus familiares, seu quadro é estável.
Além disso, os outros dois pacientes com resultado positivo para varíola dos macacos estão em São Paulo e Rio Grande do Sul, todos fizeram viagens internacionais recentemente. Eles permaneceram isolados e foram monitorados.
Entretanto, quase dois meses depois do anúncio dos primeiros casos, o Brasil já possui 2.293 casos confirmados da doença. De acordo com Rosamund Lewis, líder técnica da OMS, a situação no país é preocupante.
Afinal, embora haja um grande número de pessoas já diagnosticadas, existem muitos casos subnotificados. Isso porque não há testes suficientes para fazer em todos que apresentem sintomas. Como resultado, o número pode ser ainda maior.
Por isso, o Ministério da Saúde estabeleceu alerta máximo para evitar a transmissão do vírus. Isso quer dizer que a doença é uma ameaça de impacto nacional. Na prática, o objetivo é alertar todos os órgãos que a varíola dos macacos precisa de máxima atenção.
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Fonte: fashionbubbles