O bioma Pantanal, a maior área úmida contínua do planeta, tornou-se tema de uma impactante exposição fotográfica na Europa, buscando transformar arte em ativismo ambiental e alertar a comunidade internacional sobre a crescente crise climática que assola a região.
Intitulada “Água Pantanal Fogo”, a mostra apresenta 76 imagens contrastantes da realidade pantaneira, capturadas pelas lentes dos renomados fotodocumentaristas brasileiros Lalo de Almeida e Luciano Candisani. (Veja vídeo da galeria de fotos no final da matéria).
A exposição, que teve sua abertura em Lisboa no dia 16 de abril e permanece em cartaz até 6 de julho no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, revela a devastação causada pelos incêndios de 2020, documentada de forma crua e premiada internacionalmente pelas lentes de Lalo de Almeida.
Suas imagens registram a destruição de 26% do Pantanal e a morte de mais de 17 milhões de animais.
Em contrapartida, Luciano Candisani presenteia o público com a beleza exuberante da água pantaneira, através de fotografias aéreas, terrestres e subaquáticas realizadas durante os períodos de cheia do bioma.
“O Pantanal precisa ser conhecido para ser protegido. E comunicar sua importância para além do Brasil é uma urgência. Se perdermos esse bioma, não perdemos só biodiversidade, mas uma peça-chave do equilíbrio climático sul-americano e global”, enfatiza Teresa Bracher, ambientalista e coordenadora do projeto.
Com curadoria de Eder Chiodetto, a exposição já atraiu milhares de visitantes em São Paulo e Hamburgo, na Alemanha, antes de chegar a Lisboa.
Após a capital portuguesa, a mostra seguirá para Berlim em setembro, com planos de passar por outras importantes cidades europeias como Paris, Madri e Roma.
A previsão é que “Água Pantanal Fogo” desembarque no Brasil no final de novembro, integrando o evento PRÓ-COP do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
Alexandre Bossi, presidente da SOS Pantanal, destaca o impacto da exposição em solo europeu: “As imagens emocionam e engajam. A exposição em Hamburgo, por exemplo, facilitou o diálogo com investidores ambientais alemães, que hoje estão mais sensibilizados e dispostos a apoiar a preservação do Pantanal”.
O Pantanal, declarado Patrimônio Nacional, enfrenta ameaças constantes como desmatamento, poluição e os efeitos da crise climática.