A fraude foi descoberta quando um servidor da Tesouraria tentou realizar um pagamento e percebeu que não conseguia acessar os valores corretamente. Ao entrar em contato com o Banco do Brasil, a administração foi informada sobre transaçÔes suspeitas que não haviam sido autorizadas pelo setor financeiro da prefeitura.
Em seu discurso na Assembleia, o deputado chamou atenção do prefeito, que estava nas galerias, e citou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Segundo ele, a norma estabelece que todos os prefeitos do Brasil e governadores que tĂȘm sob sua guarda dados pessoais e financeiros, âserĂŁo responsabilizados por qualquer centavo que for hackeado do municĂpio, do Estado, UniĂŁo ou ministĂ©riosâ.
âQuero saber se o prefeito de Mirassol ainda estĂĄ nas galerias. Prefeito, a sua administração foi invadida hĂĄ alguns dias por hackers e tiraram 1,3 milhĂ”es das suas contas. Eu quero dar uma notĂcia muito ruim para vossa excelĂȘncia: a lei geral de proteção de dados Ă© de 2018. Vossa excelĂȘncia terĂĄ dificuldades em escapar de uma improbidade administrativaâ, disse Wilson.
âA sua prefeitura jĂĄ deveria ter feito a implantação da proteção desses dados. Em 2019, nasceu a agĂȘncia nacional de proteção de dados. Ouvi o senhor dizendo Ă imprensa que vai atrĂĄs para recupar que precisa. Todos os prefeitos vĂŁo ter que devolver esses recursos do prĂłprio bolso. Existe lei federal que nĂŁo estĂĄ sendo cumpridaâ, pontuou Wilson. Quando houver uma lesĂŁo ao patrimĂŽnio do municĂpio, governo ou algum tribunal, quem serĂĄ o responsĂĄvel em ressarcir os cofres pĂșblicos Ă© o gestor. EstĂĄ na lei federal. Coloco o meu gabinete a sua disposição. Mas a lei Ă© muito claraâ.
A agĂȘncia bancĂĄria identificou trĂȘs pagamentos nĂŁo reconhecidos pela Tesouraria: R$ 192.456,89 para Douglas Gabriel Matoz, R$ 193.789,98 para TrĂȘs Fronteiras Intermediação e R$ 191.200,17 para AC Produtos FarmacĂȘuticos. Todos esses boletos jĂĄ haviam sido contestados pelo banco.
AlĂ©m disso, a prefeitura constatou que houve uma transferĂȘncia de R$ 650 mil da conta da Caixa EconĂŽmica Federal para uma conta no Banco Bradesco, em nome de Produtos de Higiene Pessoal Ltda. Outra quantia de R$ 650 mil foi enviada para o Banco ItaĂș, favorecendo a empresa S3 SoluçÔes Biotecnologia.
O crime foi identificado no dia 21 de março, e a Delegacia de Mirassol DâOeste jĂĄ instaurou um procedimento para apurar o caso. Segundo a PolĂcia Civil, as investigaçÔes ainda estĂŁo em fase inicial e, para nĂŁo comprometer os trabalhos, mais detalhes nĂŁo serĂŁo divulgados no momento.
Fonte: Olhar Direto