Uma ala do governo Lula tem avaliado que tentar enfraquecer o ministro da , , e responsabilizá-lo pela queda na popularidade do presidente é uma estratégia negativa.
O argumento é que o Executivo ainda não definiu um rumo claro para a economia e está dividido entre medidas de austeridade e aumento dos gastos públicos, o que gera confusão e impacta negativamente na aprovação popular.
Dentro da Esplanada, há, de um lado, um grupo que defende o foco em recuperar a credibilidade das contas públicas para melhorar a avaliação do governo. Do outro, existem aqueles que acreditam que Lula deve anunciar projetos que injetem recursos na economia, principalmente direcionados aos mais pobres e à classe média.
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Haddad tem tido atritos com ministros do , especialmente desde o início do governo, sobre como gerenciar o Orçamento. Ele defende uma abordagem mais austera, enquanto outros preferem que o governo atue como um interventor na economia.
Uma crítica interna ao governo é a inexistência de uma estratégia econômica clara. As decisões são tomadas de improviso, sem um planejamento de longo prazo. Isso tem levado a anúncios problemáticos, como o da redução de gastos junto com a isenção do Imposto de Renda.
A análise dentro do governo revela que a queda na popularidade de Lula é fruto de uma série de fatores, que se combinaram em uma “tempestade perfeita”. Entre eles, estão o ajuste fiscal, que foi anunciado com aumento de despesas, a alta do dólar, gerada pela incerteza fiscal e pela posse de Donald Trump nos EUA, a alta das taxas de juros, para controlar a inflação, e o reforço na fiscalização do Pix.
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Para reverter o momento negativo, o grupo de ministros mais fiscalistas sugere que o governo adote uma postura clara em relação à austeridade fiscal até 2026. No entanto, isso implicaria cortes de gastos, algo que está fora dos planos.
Lula prefere focar ações que injetem dinheiro na economia para recuperar a popularidade.
A estratégia de comunicação do petista tenta transmitir a ideia de que ele não está preocupado com a avaliação de sua gestão. A narrativa adotada é que a eleição está distante e que as pesquisas refletem apenas o “retrato do momento”, portanto não são motivo para preocupação.
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Isso é exemplificado pelos comentários públicos de Lula, como em 6 de fevereiro, quando disse que não se deve dar grande importância às pesquisas.
“[Estamos] muito distantes do processo eleitoral para ficar discutindo pesquisa”, disse Lula em entrevista a rádios baianas. “Nós temos de dar tempo ao tempo, porque a pesquisa de verdade começa a fazer efeito a partir do momento em que a campanha começa e as pessoas vão para a televisão fazer debate.”
Fonte: revistaoeste