O deputado estadual por Mato Grosso usou seu perfil no Instagram para responder Ă s declaraçÔes de um desembargador de Mato Grosso. Em entrevista Ă imprensa, o magistrado defendeu alguns benefĂcios para presos. O juiz citou, por exemplo, a necessidade de fornecer pĂŁes aos detentos. Cattani reproduziu a declaração e escreveu ao lado: âMinha filha nunca mais comerĂĄ um pĂŁoâ.
O parlamentar referia-se especificamente ao assassinato de sua filha, Raquel Cattani, , em julho de 2024. A postagem de Cattani seguiu-se de diversos comentĂĄrios de leitores da pĂĄgina. Conforme um deles, o desembargador âdeveria criticar a falta de um pai de famĂlia morto por um desses detentos. Deveria se preocupar com os inocentes do 8 de janeiro, presos sem um mĂnimo de defesaâ.
Outro leitor ironizou a fala do desembargador, que, a exemplo do presidente Lula da Silva, cometeu um erro grave de portugĂ»es ao dizer âcidadĂ”esâ em vez de cidadĂŁos. âCidadĂ”es, desembargador? Deve ser Petista!â Uma terceira pessoa afirmou: âFala pra esse cidadĂŁo [o desembargador] que presos tĂȘm que trabalhar pra poder comerâ.
O servidor pĂșblico que causou indignação no Instagram Ă© Orlando Perri, do Tribunal de Justiça (TJMT). Em suas declaraçÔes, ele voltou a defender principalmente a manutenção dos mercadinhos nas unidades prisionais de Mato Grosso. Conforme o magistrado, hĂĄ falta de produtos bĂĄsicos nas unidades, e os presos nem sequer recebem pĂŁo no cafĂ© da manhĂŁ.
âAlĂ©m da notĂłria e grave insuficiĂȘncia desses produtos, a qualidade Ă© de Ășltima categoria. Ă pĂ©ssima a qualidade. O governo tem essa obrigaçãoâ, disse Perri, destacando assim que a alimentação fornecida nas unidades tambĂ©m Ă© inadequada. âOs presos estĂŁo emagrecendo a olhos vistos. NĂŁo estĂĄ tendo fiscalização quanto Ă qualidade, Ă quantidade de comida. Ă frequente faltar pĂŁo no cafĂ© da manhĂŁ para os presos. E vocĂȘs querem fechar o mercadinho faltando comida?âÂ
A declaração do desembargador ocorreu em meio a uma polĂȘmica sobre o fechamento dos mercados que operam dentro das unidades prisionais de Mato Grosso. A medida cumpre lei estadual, que se baseou sobretudo no fato de que esse tipo de comĂ©rcio beneficiaria facçÔes criminosas dentro do sistema penitenciĂĄrio.
Fonte: revistaoeste