A publicou na madrugada desta terça-feira, 11, a íntegra da Ordem Executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito das tarifas sobre importações de aço. O Brasil é citado no documento.
O texto menciona o acordo de importação feito com diversos países em 2018. No caso do Brasil, a ordem salienta que, mesmo com o acordo com os Estados Unidos, as importações brasileiras de aço oriundo da China cresceram “tremendamente nos últimos anos”.
“As importações brasileiras de países com níveis significativos de excesso de capacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição desse acordo de cotas”, diz trecho da Ordem Executiva.
“O secretário [de Comércio] também me informou que acordos alternativos com parceiros comerciais, incluindo Austrália, os membros de União Europeia, Japão e Reino Unido, foram menos eficazes na eliminação do comprometimento ameaçado da segurança nacional dos EUA do que a tarifa ad valorem adicional ordenada na Proclamação 9.705″, acrescenta o texto.
“Como resultado, as importações de artigos de aço desses países aumentaram como uma parcela do total de importações de aço dos EUA de 18,6% em 2020 para 20,7% em 2024”, afirma.
Além disso, o documento menciona que, de 2022 a 2024, as importações de países sujeitos a cotas (Argentina, Brasil e Coreia do Sul) aumentaram em aproximadamente 1,5 milhão de toneladas métricas, mesmo com diminuição da demanda dos Estados Unidos em mais de 6,1 milhões de toneladas durante o período.
“Em meu julgamento, os acordos com esses países falharam em fornecer meios alternativos eficazes e de longo prazo para abordar a contribuição dessas nações para o comprometimento ameaçado da segurança nacional, restringindo as exportações de artigos de aço para os Estados Unidos de cada um deles, limitando o transbordo e os surtos e os preços distorcidos e desencorajando o excesso de capacidade de aço e o excesso de produção de aço”, afirma a Ordem Executiva de Trump.
O documento destaca ainda que os atuais acordos com esses países “ameaçam a segurança nacional” dos Estados Unidos e devem ser terminados até o dia 12 de março.
“Assim, determinei que as importações de artigos de aço desses países ameaçam prejudicar a segurança nacional e decidi que é necessário rescindir esses acordos a partir de 12 de março de 2025”, continua o presidente. “A partir dessa data, todas as importações de artigos de aço e artigos de aço derivados de Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, países da UE, Japão, México, Coreia do Sul e Reino Unido estarão sujeitas à tarifa ad valorem adicional ordenada na Proclamação 9.705, com relação a artigos de aço, e na Proclamação 9.980, com relação a artigos de aço derivados.”
Segundo o presidente, essas modificações são necessárias “para abordar a parcela significativamente crescente de importações de artigos de aço e artigos de aço derivados dessas fontes, que ameaçam prejudicar a segurança nacional dos EUA”.
Com ordem de Trump, países vão ser taxados em 25%
Trump oficializou aplicação de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A medida afetará diretamente o Brasil, um dos principais exportadores desses produtos para o mercado norte-americano.
Questionado sobre o impacto da decisão, o informou que não vai comentar o assunto.
O Brasil figura entre os maiores fornecedores de aço para os Estados Unidos. No ano de 2024, o país ocupou a segunda posição entre os principais exportadores da commodity para o mercado norte-americano. Ficou atrás apenas do Canadá, conforme dados do American Iron and Steel Institute.
De acordo com o Instituto Aço Brasil, os Estados Unidos absorveram 60,6% do volume total de produtos siderúrgicos enviados pelo Brasil no ano anterior. Em termos financeiros, essa participação representou 54,1% do total exportado. No geral, foram destinados 5,8 milhões de toneladas ao mercado norte-americano. O total dessas exportações atingiu US$ 4,7 bilhões.
Fonte: revistaoeste