Desde esta segunda-feira, 10, a farinha produzida a partir de larvas-da-farinha (Tenebrio molitor), tratada com radiação UV, estará autorizada para comercialização no mercado europeu. A decisão foi formalizada pela , o Poder Executivo da União Europeia, e assinada pela presidente .
Segundo o , o novo alimento poderá ser utilizado em pães, bolos, massas alimentícias (para a indústria), queijos e compotas.
A regulamentação inclui a farinha de larvas na lista de “novos alimentos” do bloco, conforme o . Esse conceito abrange produtos que não eram significativamente consumidos na Europa antes de 15 de maio de 1997 e que, agora, passam por avaliação rigorosa para garantir segurança alimentar.
O pedido foi protocolado pela empresa francesa Nutri’Earth, que obteve exclusividade para comercializar o produto no mercado europeu pelos próximos cinco anos.
A farinha de larvas é segura?
A avaliou o ingrediente e concluiu que seu consumo é “seguro dentro dos limites propostos”. No entanto, apesar do aumento no teor de vitamina D3 devido ao tratamento UV, a entidade destacou que a farinha não representa uma fonte significativa desse nutriente na dieta.
Para garantir a transparência ao consumidor, os rótulos dos produtos que utilizarem a farinha deverão conter a indicação: “Contém vitamina D produzida por tratamento com radiação UV”.
A regulamentação também considera riscos alérgicos. Estudos revelam que pessoas alérgicas a crustáceos e ácaros podem ter reações ao novo ingrediente. Por isso, a rotulagem deverá alertar sobre esse possível risco.
A agenda “sustentável” da União Europeia
A decisão gerou debates no . Parlamentares de diferentes frentes políticas tentaram barrar a autorização, argumentando que a medida prejudica os agricultores europeus. No entanto, a objeção foi rejeitada pelo Comitê de Meio Ambiente por uma margem estreita de votos.
A Comissão Europeia defende a inclusão de insetos na alimentação como estratégia para diversificar a oferta de proteínas, reduzir o impacto da produção animal e contribuir para as metas de “desenvolvimento sustentável”. O também apoia essa tendência, apontando os insetos como uma alternativa viável.
O mercado europeu de “novos alimentos” ainda está em fase inicial, mas tende a crescer com a introdução de produtos, como a carne cultivada em laboratório. Um pedido da startup francesa Gourmey para autorizar a venda de foie gras (pato) cultivado está em análise desde o verão passado.
A expectativa é que, nos próximos anos, a aceitação de fontes alternativas de proteína, como larvas e outros insetos, aumente entre os consumidores europeus, impulsionando mudanças na indústria alimentícia global.
Fonte: revistaoeste