O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, está incentivando nações a pressionarem Washington para reconsiderar a decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos da organização.
Em uma reunião privada recente, Adhanom destacou que a retirada dos Estados Unidos resultaria na perda de informações essenciais sobre doenças globais. Durante outra reunião, representantes pediram esclarecimentos sobre como a Organização Mundial da Saúde enfrentaria a saída de seu maior financiador.
Para o biênio 2024-2025, os Estados Unidos devem contribuir com cerca de US$ 988 milhões, representando 14% do orçamento de US$ 6,9 bilhões da OMS.
Um documento apresentado ressaltou que os fundos norte-americanos são cruciais para operações emergenciais em larga escala, cobrindo até 40% dessas atividades. A saída dos Estados Unidos ameaça as respostas a crises no Oriente Médio, na Ucrânia e no Sudão, além de prejudicar programas de erradicação da pólio e do HIV.
Partido de direita propõe tirar Itália da OMS
O partido de direita Liga, comandado pelo vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, apresentou um projeto para revogar a entrada da Itália na Organização Mundial da Saúde (OMS).
A medida segue os passos dos Estados Unidos, que anunciaram a mesma decisão depois da posse de Donald Trump como presidente do país.
A proposta foi apresentada durante uma coletiva de imprensa organizada na Câmara dos Deputados da Itália, com a participação do deputado Alberto Bagnai, do senador Claudio Borghi e do cirurgião Roy De Vita.
“Apresentamos uma emenda no Senado que, caso seja aceita, permitiria a saída imediata do nosso país da OMS”, disse Borghi. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que ele seja pautado o mais rapidamente possível.”
Borghi também criticou a OMS. Para ele, a organização é “um centro de poder desvinculado de qualquer interesse nacional” e se tornou “uma espécie de megafone das multinacionais farmacêuticas” e “de “.
A Fundação Bill & Melinda Gates, coordenada pelo bilionário do setor da tecnologia, é a segunda maior doadora da OMS, atrás apenas dos Estados Unidos. Somente em fevereiro de 2020, por ocasião da pandemia da covid-19, a organização recebeu US$ 100 milhões dos cofres da fundação.
Segundo o projeto, o dinheiro que a Itália destina à OMS — cerca de € 100 milhões (mais de R$ 600 milhões) — deveria ser utilizado no Sistema Nacional de Saúde (sistema análogo ao SUS no Brasil) ou para financiar pesquisas de saúde para a África.
A decisão de Trump
Logo em seu primeiro dia de mandato, na última segunda-feira, 20, o recém-empossado presidente norte-americano, Donald Trump, emitiu um decreto no qual retira os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde.
Com isso, o novo presidente pretende encerrar a transferência de recursos do governo para a organização, bem como retirar todo o pessoal norte-americano que trabalhe na OMS e identificar possíveis novos parceiros para políticas de saúde, a fim de substituir a função da entidade.
Trump já havia anunciado a retirada do país da OMS em 2020, sob a acusação de condução desastrosa da pandemia de covid-19, da influência indevida sofrida pelo regime chinês e da contribuição considerada desproporcional pelos EUA.
Fonte: revistaoeste