Lula, pela impressão que dá em quase tudo aquilo que faz hoje em dia, deixou de ser o presidente da República e passou a ser um meme. Essa parece ser a sua principal ocupação, após dois anos de governo: fornecer material para piadinhas e ditos espirituosos na internet. Não dá para ser diferente, vendo o jeito como ele se comporta em público. Em sua última revelação, achou uma boa ideia (ou acharam por ele) aparecer num vídeo fantasiado de “campesino” para tentar convencer as pessoas de que é um governante que tem “o pé na roça” e, como tal, conhece melhor que ninguém o caminho para acabar com a alta nos preços dos alimentos.
Acabou, como sempre, fazendo apenas o papel de um homem ridículo. Nessa operação do seu novo serviço de propaganda, filmada no que descrevem como “a horta do Palácio”, com camisa, chapéu e óculos de urbanoide que acaba de sair do shopping, Lula disse basicamente o seguinte: vai fazer “reuniões” com “atacadistas” e resolver o problema. E o que ele vai dizer nessas reuniões — uma coisa só que seja? Que propostas vai fazer? E, mais que tudo, porque não fez o raio das “reuniões” antes? É puro Lula, o “negociador”. Só faltou a abóbora.
É evidente que esse tipo de coisa só pode mesmo acabar em piada nas redes sociais. Não adianta, aí, a Advocacia-Geral da União, a e o serviço de publicidade do governo no noticiário mandarem a Polícia Federal atrás de quem fez os memes que “atacam medidas públicas”. O que se vai fazer com um governo em que o ministro da Casa Civil, depois de anunciar e logo “desanunciar” um “tabelamento” de preços da comida, diz que a população deve comprar menos laranja, que anda muito cara, para vencer a inflação?
Ele poderia indicar alguma fruta mais barata? E se o governo fornecesse brioches para substituir as laranjas – será que não poderia ser uma solução, como as “reuniões” que Lula quer fazer? O fato é que nem Lula e nem ninguém em todo o seu governo tem a mais remota ideia do que fazer a respeito da alta dos alimentos. Não sabem absolutamente nada, também, a respeito de como lidar com a inflação em geral, ou com o aumento no preço dos combustíveis, ou qualquer coisa.
Lula, na verdade, nunca teve um plano para a economia brasileira. Só consegue tratar disso, ou de qualquer outro assunto, por uma ótica: “Eu vou ser mais esperto do que eles – e inventar uma pirueta aí para enganar de novo todos esses bocós de mola”. Em fidelidade a essa estratégia, não anunciou quem seria o ministro da Economia até o dia da sua posse – assim ficava todo mundo pendurado nele. Passou dois anos jogando a culpa de tudo em cima do presidente do Banco Central. Colocou na chefia do IBGE um fabricante de estatísticas que se tornou uma bomba à espera da explosão. “Política econômica”, para Lula, é isso.
O presidente nunca teve, sequer, a preocupação de formar um governo — só pensou, com a sua “equipe de transição” de 900 “especialistas”, em nomear gente para encher as vagas de marajá que criou no governo. Inventou ministérios como nenhum outro chefe de governo da História do Brasil — ministério do índio, da mulher, dos negros, da criatividade, da “reforma agrária” e por aí vai. Somando todos os nomeados, mais os seus aspones, não se junta competência para cuidar de um único dogão.
O governo Lula não consegue aprender nada. Continua falando em “abrasileirar” o preço da gasolina; o consumidor logo vai ver, na bomba, se há bala para sustentar essa miragem. Continua achando que quem causou a calamidade das mudanças do Pix foram as “fake news”, não a medida estúpida que eles próprios tomaram. Continua com a ideia fixa de que a prioridade absoluta do Brasil é brigar com os Estados Unidos — e ganhar a briga com a ajuda da China, que vai largar tudo para ficar com Lula. É por aí.
Fonte: revistaoeste