O presidente da Argentina, Javier Milei, está em negociações com o (FMI) para obter um novo empréstimo de US$ 11 bilhões. Para isso, o argentino quer a ajuda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse nesta segunda-feira, 20.
Em sua oitava viagem aos EUA, Milei se encontrou em Washington com Kristalina Georgieva, chefe do FMI, buscando apoio para agilizar o processo. Este possível acordo seria o terceiro entre a Argentina e o FMI nos últimos sete anos.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, ao contrário dos acordos anteriores, que enfrentaram crises inflacionárias e desvalorização do peso, a situação atual é mais favorável. Sob a liderança de Milei, o peso argentino se fortaleceu, e a inflação mensal caiu de 25,5% para 2,7%.
Em 2022, o FMI criticou a administração de Alberto Fernández e Cristina Kirchner por não implementarem ajustes econômicos adequados. Destacou que “a estratégia gradual de reforma não contemplou um ajuste correspondente à magnitude dos problemas fiscais”.
Com Milei, o FMI elogiou as políticas econômicas, ao afirmar que “uma importante correção de rumo foi empreendida depois pelo governo de Javier Milei”. As medidas ajudaram a evitar uma crise severa e contribuíram para a estabilização macroeconômica.
Argentina revisa acordo com o FMI
Em junho de 2024, o FMI concluiu a oitava revisão do acordo com Buenos Aires e, em sintonia com o governo, decidiu pular as duas revisões finais. O fundo elogiou o ajuste econômico de Milei, mas comentou a necessidade de melhorar sua qualidade para mitigar efeitos sobre os mais pobres.
A pobreza atingiu mais da metade da população no primeiro semestre de 2024, e o consumo caiu quase 14% em comparação com 2023. Apesar disso, há sinais de recuperação desde outubro. Milei implementou cortes em programas sociais, o que reduziu as despesas em 45,6%, mas aumentou em 47% o benefício universal por filho.
O FMI, em análise “ex-post“, destacou a suspensão do financiamento monetário como crucial para evitar uma crise. As projeções do FMI são otimistas, com previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) argentino cresça 5% em 2025 e 2026, depois da retração de 2,8% em 2024.
Ainda é incerto se Donald Trump apoiará Milei no pedido de empréstimo, mas ambos têm mostrado sintonia. Milei afirma que o montante ajudaria a fortalecer as reservas e acabar com o “cepo” cambial, o que facilitaria investimentos e comércio.
Fonte: revistaoeste