Antes mesmo da abertura, por volta das 10h desta segunda-feira (7), já havia fila para entrar no velório do ex-ator e pastor evangélico Guilherme de Pádua, condenado pela morte da atriz Daniella Perez, em 1992.
Ele morreu em Belo Horizonte na noite do último domingo, dia 6, depois de sofrer uma parada cardíaca, de acordo com o pastor Márcio Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, congregação da qual fazia parte.
O corpo está sendo velado no bairro São Cristóvão, região norte da capital mineira. Localizada em Belo Horizonte, cidade natal de Pádua, a congregação batista da Lagoinha foi quem acolheu o ex-ator após sua saída da prisão e o ordenou pastor em 2017.
Uma fila de cerca de 70 pessoas chegou a ser formada às 10h30, mas o movimento na sequência diminuiu no local, que reuniu amigos, familiares e membros da igreja. Nenhum artista esteve no local.
Pessoas que aguardavam para se despedir de Pádua relataram à Folha tristeza pela morte do ex-ator e pastor. Uma mulher na fila disse que na manhã deste domingo ele estava muito bem ao participar de um culto na igreja.
Outra afirmou que “quando Deus chama, não tem jeito”. O corpo será enterrado às 14h30 no cemitério Parque da Colina, também na capital mineira.
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Pádua ganhou projeção nacional na novela “De Corpo e Alma”, exibida pela Globo na década de 1990. Nela, fazia par romântico com Daniella, filha da autora, Gloria Perez.
Em 28 de dezembro de 1992, no entanto, o corpo da atriz do folhetim foi encontrado num matagal na Barra da Tijuca, com 18 perfurações, a maioria concentradas na região do coração.
O relato de uma testemunha levou a polícia a Pádua e à então mulher dele, Paula Thomaz.
Cada um dos dois foi condenado por homicídio qualificado a uma pena de quase 20 anos de prisão, após o júri popular acatar a tese da acusação de que o casal premeditou o crime -Thomaz, por ciúmes do marido; Pádua, por vingança contra a autora da novela, já que seu papel na trama vinha sendo reduzido.
Os dois apresentaram, nos últimos anos, versões diferentes para o crime. Thomaz nega que tenha participado. Pádua, que, em depoimentos à polícia, assumira a culpa, depois passou a sustentar a tese de que a sua então mulher, tomada de ciúmes pela relação dos dois parceiros de cena, é quem teria se atracado com Daniella Perez no matagal.
O caso recentemente veio à tona por causa dos 30 anos da morte da atriz e da série documental “Pacto Brutal”, da HBO Max, que se debruçou sobre o crime.
Mineiro de Belo Horizonte, Pádua nasceu em 1969 e chegou ao Rio de Janeiro no final dos anos 1980, disposto a tentar uma carreira no meio artístico.
Quando do crime, ele estava no ar na novela “De Corpo e Alma” interpretando Bira, um motorista de ônibus que fazia par amoroso com Yasmin, que por sua vez era interpretada por Daniella Perez.
Fonte: midianews.com.br