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Política

Bolsonaro critica relatório da PF chamando-o de ‘obra de ficção’

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista ao nesta quinta-feira, 28. Durante o programa, Bolsonaro classificou o relatório da Polícia Federal (PF) como uma “peça de ficção”, um “golpe de festim” e “pirotecnia”. “Falar em golpe de Estado com um general da reserva, quatro oficiais e um agente da PF é outra piada”, exclamou o ex-presidente.

Para Bolsonaro, a inquérito tem como base uma pesca probatória. O termo se refere à prática de buscar provas de maneira especulativa ou sem uma base clara em um processo judicial. “Eles vão para cima do cara, pegam o telefone, veem os contatos dele, vai pra cima de outras pessoas e ficam formando sua historinha, é risível”, disse. “Dê-me o nome que eu acho o crime: é isso que os caras fazem.”

Ele ainda considera ser o alvo principal do inquérito, que indiciou outras 36 pessoas. Esta perseguição, de acordo com Bolsonaro, se dá porque seu governo “atrapalhou gente importante que vivia de recursos públicos”. O ex-presidente cita órgãos e entidades como o Porto de Santos e os Correios.

Uma das empresas mais cobiçadas pela alta classe política brasileira, segundo Bolsonaro, era a Usina Hidrelétrica de Itaipu. A barragem binacional entre Brasil e Paraguai não era auditada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que abria espaço para favorecer esquemas com gastos indevidos. “Fechamos esse ralo.”

Bolsonaro também disse que, desde seu primeiro ano de governo, é acusado de querer dar um golpe. “Tinham que ter uma narrativa, então pegavam pronunciamentos e discursos meus de 20 anos atrás e o tempo todo batiam em cima disso.”

Ele ainda disse que o inquérito tem origem no resultado das eleições de 2022, quando percebeu um sentimento de insatisfação junto à população. “Ninguém entende como eu ando pelo Brasil arrastando multidões e o outro cara [Lula] não consegue ir numa esquina.”

O ex-presidente assume, no entanto, que discutiu a hipótese de implantar um Estado de sítio, Estado de defesa ou aplicação do artigo 142 da Constituição Federal, artifícios previstos pela Carta Magna. “Golpe usando a Constituição?”, indagou. “O que está dentro da Constituição, você pode utilizar.”

Também citado no inquérito, o ex-assessor Filipe Martins foi outro caso comentado por Bolsonaro durante a entrevista. Ele foi acusado por ter saído do país junto ao ainda presidente em dezembro de 2022, o que se comprovou falso. Depois disso, a denúncia alegou que o próprio Martins teria fraudado sua entrada nos Estados Unidos, mas ficado no Brasil.

Dois meses depois da suposta viagem, Martins foi preso com a intenção de forçar uma delação premiada. Em exclusividade, obteve a informação de que pois “não há o que delatar”.

Bolsonaro também lembrou as acusações que recebia pela suspeita de envolvimento na morte da vereadora carioca Marielle Franco (Psol). Ao fim do inquérito, Bolsonaro sequer foi mencionado nas mais de 470 páginas do relatório da PF que investigava o caso.

“Eles vão para cima de você, te processam até por importunar baleia”, ironizou o ex-presidente, que classificou a ação como “ridícula”.

Bolsonaro também citou o caso das joias recebidas como presente pelo governo da Arábia Saudita. Ele lembrou que uma autorizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ficar com um relógio de luxo que também recebeu de presente, em situações semelhantes entre si.

A acusação de falsificar um comprovante vacinal também foi lembrado pelo ex-presidente. Segundo ele, a imigração norte-americana disse que Bolsonaro não usou qualquer documento, depois de diligência da PF.

“Aí é motivo para ficar inelegível por oito anos”, ironizou o ex-presidente. “O que eles querem agora é arranjar uma cadeia pra mim.”

Outro caso lembrado pelo presidente de honra do PL foi a denúncia de abuso de poder econômico durante manifestação na Avenida Paulista, no dia 7 de setembro deste ano. “Eu estava no carro do [pastor Silas] Malafaia, não paguei nada, não recebi a Dama do Tráfico”, disse, ao citar o caso da visita de Luciane Barbosa Farias, mulher do chefe do Comando Vermelho no Amazonas, a um evento promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos.

Bolsonaro ainda revelou a intenção de seu partido para as eleições de 2026. O PL pretende lançar um candidato ao Senado em cada um dos 27 Estados, com o objetivo de ter, no mínimo, “40 senadores de ponta”, em soma aos que já ocupam o cargo e demais eleitos por outros partidos. “Com um Senado forte, ninguém do Executivo ou Judiciário vai ousar fazer besteira, ou seja, vamos reequilibrar os poderes que estão completamente desequilibrados.”

Fonte: revistaoeste

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