proibição aos celulares em sala de aula foi uma das grandes discussões da última semana e impacta diretamente a nossa galera. O veto ao aparelho durante as aulas e no recreio do ensino básico nas escolas públicas e particulares é tema de projeto de lei que tramita na Câmara e é apoiado pelo governo Lula.
Na cidade do Rio de Janeiro essa já é uma realidade, segundo uma lei municipal. No estado de São Paulo, por exemplo, o projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas no estado foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa no último dia 12 de novembro – agora o texto segue para sanção do governador Tarcísio de Freitas.
Muitos jovens estão se apresentando contra a medida, enquanto outros entendem a necessidade dela e veem os benefícios de curtir mais o mundo offline com os amigos e ter mais foco. No entanto, entre essas opiniões contrárias e favoráveis à medida, uma coisa é bem comum por parte da nossa galera que já está experenciando essa restrição na escola: a falta que sente do celular.
E isso é bem compreensível: por começar pelo fato de que a , ou seja, já nasceram conectados. Por isso, a maioria da nossa galera nem consegue imaginar um mundo sem celular. A virada dos anos 2000 introduziu de vez a internet e as redes sociais no cotidiano das pessoas, que passaram a se acostumar as redes no dia a dia.
Segundo o levantamento Global Overview Report, da organização Kepios, o brasileiro gastou nove horas e trinta e dois minutos por dia, em média, navegando pela internet em 2022. Ou seja, ficamos conectados na maior parte do tempo que passamos acordados. Nesse cenário de hiperconectividade, pensar em ficar longe do aparelho e da internet parte do dia pode ser bem estranho e incômodo para muita gente – o problema é quando há um vício no celular e ficar longe dele causa uma espécie de abstinência mesmo.
O que é nomofobia?
Desde 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a dependência digital como transtorno e descreve a ‘nomofobia’ como um medo irracional de estar sem o celular ou sem aparelhos eletrônicos no geral.
Como explica a Secretária de Saúde do Distrito Federal, em casos extremos, a dependência digital pode ser comparada a ao uso de uma droga que, quando o usuário se vê sem ela, pode apresentar sintomas como taquicardia, sudorese, irritabilidade, impaciência, pânico.
Como identificar o vicio no celular
Em entrevista à Rádio UFMG Educativa sobre o tema, a psiquiatra Júlia Khoury, que se dedicou no mestrado, no doutorado e no pós-doutorado a compreender a dependência digital, explica como identificar crianças e adolescentes viciados no celular. Segundo ela, estes são os grandes sinais:
- Aumento gradativo do aumento de tela – até que isso começa a impedir a realização ou diminuir a realização de outras atividades, principalmente aquelas de que gostava e que são incompatíveis com o smartphone, como esportes e o contato com a natureza;
- Redução no rendimento escolar, acadêmico ou no trabalho;
- Alteração no comportamento: uma pessoa que era tranquila começa a ficar agressiva ou alguém que interagia bem começa a ficar mais introspectivo e deixa de interagir com as pessoas;
- Afastamento das amizades e dos relacionamentos, inclusive com a família;
- Ansiedade, disforia e irritação muito grande quando se afasta da tela – e percebe-se que esses sintomas só melhorar quando volta a ter contato com a tecnologia.
É muito importante buscar outras fontes de prazer e alegria longe da tela. Neste outro texto, te contamos 5 formas de cuidar da sua saúde mental longe do celular. Mas se você perceber que esses sinais são persistentes e estão atrapalhando a convivência, realização de tarefas diárias e seu bem-estar, fale com seus responsáveis e busque ajuda profissional, ok?
Fonte: capricho