Sophia @princesinhamt
Notícias

Ex-delator que faz do crime seu modo de vida tem prisão preventiva decretada pelo TJ após denúncia do MPE

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso converteu em preventiva a prisão temporária do empresário Edézio Correa, principal alvo da Operação Gomorra, que investiga um suposto esquema de fraudes em contratos firmados com a Prefeitura de Barão de Melgaço.

A ação foi deflagrada no último dia 7 pelo Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual (MPE)

A decisão é assinada pelo desembargador Helio Nishiyama. Ele acolheu um pedido do MPE, que sustentou que o empresário “faz do crime o seu meio de vida” e “sua liberdade representa um perigo para a ordem pública”.

O órgão acrescentou que Edézio foi réu colaborador da Operação Sodoma, que apurou um esquema de pagamento de propina da gestão do ex-governador Silval Barbosa.

“Enfatiza, ademais, que o investigado continua perpetrando crimes contra a Administração Pública, razão pela qual a prisão preventiva é justificada pela necessidade de interromper a atuação do líder e da organização criminosa”, diz trecho do pedido do MPE.

A defesa do empresário, por outro lado, solicitou a soltura dele sob argumento de que não existiria elementos concretos do crime de fraude à licitação.

“Alega a defesa que os fatos relacionados à nominada ‘Operação Sodoma’ ocorreram há mais de uma década, vindo à tona do ano de 2014, bem como que as atividades das empresas investigadas, mantidas regularmente em mais de 100 (cem) municípios não podem ser interpretadas como atuação de organização criminosa e que, na representação pela prisão preventiva, não há menção concreta de elementos que pudessem evidenciar risco à produção da prova”, diz trecho da solicitação da defesa.

Na decisão, Nishiyama citou a “audácia” do empresário ao constituir empresas, inclusive de fachadas, em nomes de familiares com o objetivo de cometer as fraudes.

“Outrossim, desponta do modus operandi da conduta que o paciente constituiu empresas (inclusive de fachada) em nome de interpostas pessoas, sua companheira, uma irmã e três sobrinhos, quando, na verdade, ele seria o verdadeiro sócio/proprietário e o único com poder de mando, atuando como uma espécie de sócio oculto”, escreveu.

“E afora todos os sócios pertencerem ao mesmo núcleo familiar, há indicativos concretos nos autos de que, na tentativa de conferir aparência de legalidade às contratações públicas mais tarde efetivadas, tais empresas chegaram a figurar como concorrentes entre si em alguns certames, circunstância reveladora da audácia do investigado e de uma curiosa disposição/criatividade para atingir fins escusos, acentuando ainda mais a gravidade do comportamento ilícito”, acrescentou.

A operação

Também foram alvos da operação, a esposa de Edézio, Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição; a irmã dele Eleide Maria Correa; os sobrinhos Roger Corrêa da Silva, Waldemar Gil Corrêa Barros e Jânio Corrêa da Silva.

O grupo é proprietário da Pontual Comércio e Serviços de Terceirizações, Pantanal Gestão e Tecnologia, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda e Centro América Frotas Ltda.

Segundo o Naco, as empresas investigadas atuam em diversos segmentos, sempre com foco em fraudar a licitação e disponibilizam desde o fornecimento de combustível, locação de veículos e máquinas, fornecimento de material de construção até produtos e serviços médico-hospitalares.

De acordo com o MPE, a suspeita é de que as empresas possua contratos homologados em mais de 100 prefeituras e câmaras do Estado.

Nos últimos cinco anos, elas receberam a quantia de R$ 1,8 bilhão, conforme a lista de contratos divulgada no Radar MT do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

 

Fonte: odocumento

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.