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Manifestantes detidos em Cuba por desordem após apagão causado pelo furacão Rafael: o que aconteceu?

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O Governo de Cuba anunciou, neste sábado, 9, que deteve um número indeterminado de pessoas por “desordem pública”. As prisões ocorreram devido a manifestações depois de um apagão generalizado causado pela passagem do furacão Rafael na ilha. As tensões aumentaram com a falta de energia que durou quase dois dias.

O comunicado veio à tona quando a energia já havia sido restabelecida na maior parte do país. Entretanto, grupos de direitos humanos relataram prisões e acusações contra manifestantes contrários ao regime cubano. As informações são do jornal AFP.

Em um comunicado raro, a procuradoria cubana informou sobre processos penais em andamento nas províncias de Havana, Mayabeque e Ciego de Ávila. As acusações incluem atentado, desordem pública e danos ao patrimônio. Contudo, o órgão não divulgou detalhes dos crimes ou o número de detidos.

“Foi decidida a imposição de medida cautelar de prisão provisória aos acusados em razão de agressões contra autoridades e policiais das províncias, causando lesões e alterações da ordem”, afirmou a nota oficial.

Reações internacionais as prisões em Cuba

A organização de direitos humanos Justicia 11J relatou que mais de 10 pessoas foram indiciadas em Guanabacoa, Havana. “Continua a perseguição a moradores da capital”, afirmou a ONG em sua conta no Twitter/X, mencionando que as detenções estão ligadas a manifestações pacíficas contra o regime.

A energia começou a ser restabelecida gradualmente a partir de quinta-feira. Até sábado, 13 das 15 províncias já tinham eletricidade, mas 19% de Havana ainda estava sem luz, com relatos de falta de água e gás.

Impactos do Furacão Rafael

O furacão Rafael atingiu Cuba na quarta-feira, classificado como categoria 3 na escala Saffir-Simpson. O fenômeno, que ocorreu apenas duas semanas depois do furacão Oscar, colapsou a infraestrutura elétrica do país, já fragilizada por uma crise de combustível e econômica, agravada pelo embargo dos EUA.

No dia 30, a ONU aprovou, pelo trigésimo segundo ano consecutivo, uma resolução condenando o embargo a Cuba, com oposição apenas dos EUA e Israel. Em outubro, o jornal Folha de S.Paulo reportou que o Brasil considerava enviar combustível, alimentos e medicamentos à ilha.

Embora o furacão Rafael não tenha causado mortes, houve muitos danos materiais, segundo o governo cubano. O dirigente Miguel Díaz-Canel afirmou que “o restabelecimento da eletricidade, comunicações, água e saneamento são nossas principais metas para o fim de semana”. Ele prometeu rigor contra “aqueles que busquem alterar a ordem pública”.

Fonte: revistaoeste

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