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Ciência & Saúde

Programador descobre maior número primo com 41 milhões de dígitos: feito inédito revelado

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Luke Durant, programador de 36 anos que já trabalhou na Nvidia, tem o hobby de calcular números primos. Por isso, ele dedicou quase um ano e uma quantia considerável de dinheiro do próprio bolso para encontrar o maior número primo conhecido.

Números primos, como você sabe, não tem nada a ver com ser filho do seu tio e passar o natal juntos. Eles são os números inteiros que só podem ser divididos por eles mesmos e por um. Os números 2, 3, 5, 7, 11 e 13 são os exemplos mais próximos e frequentes.

Esses números são primos porque são os alicerces para construir os outros números. Todo número que não é primo pode ser formado pela multiplicação de um conjunto único de primos menores do que ele.

Euclides, o pai da geometria, provou no terceiro século antes de Cristo que os números primos são infinitos. Durant queria achar o maior que conseguisse. O número impressionante que ele gerou tem até nome, já que ele é tão que não dá para falar.

Ele se chama, oficialmente, M136279841, e tem 41.024.320 dígitos de comprimento. É a principal descoberta no mundo dos números primos nos últimos seis anos.

O número que Durant descobriu é um tipo especial de primo, chamado de Mersenne e batizado em homenagem a Marin Mersenne. Esse monge francês descobriu há mais de 350 anos que alguns poucos números primos (o de Durant é o 52º na lista) resultam de elevar dois a alguma coisa (no caso, 136279841) e depois subtrair um do resultado. Ou seja: seguir a fórmula 2n – 1. 

Competição científica virtual

O novo recorde dos números primos foi anunciado pela GIMPS, a Great Internet Mersenne Prime Search (Grande Busca da Internet por Primos Mersenne, em português) no 21 de outubro.

Esse é um projeto acadêmico aberto para não especialistas descobrirem primos usando o poder de computação de seus PCs domésticos. É a 16ª vez que alguém cadastrado na GIMPS bate o recorde de maior número primo conhecido. Esse também é o 18º primo de Mersenne descoberto com o software que a GIMPS disponibiliza gratuitamente. 

A última grande descoberta da GIMPS, conforme esta reportagem da Super explica, aconteceu em 2018. O número de 24,8 milhões de dígitos levaria 287 dias para ser digitado por extenso, na velocidade de um dígito por segundo. Nessa mesma velocidade, o número recém-descoberto por Durant levaria quase 475 dias.


Durant usou o software do projeto GIMPS em computadores conectados via nuvem para formar um único computador super-rápido. O que motivou Durant a se dedicar ao projeto foi seu interesse em grandes sistemas de computação e sua vontade de explorar as os limites da tecnologia contemporânea.

Uma curiosidade é que foi a primeira vez que uma descoberta desse tipo aconteceu com GPUs, microprocessadores velozes normalmente usados para processar imagens e vídeos, e que estão no coração das pesquisas atuais com inteligências artificiais como o GPT (bem como por trás da alta brutal da Nvidia na bolsa americana, que é a fabricante dessas placas). 

O supercomputador de Durant estava conectado a milhares de servidores com GPUs, espalhados por 17 países diferentes. A descoberta vale o prêmio de US$ 3.000 (R$ 17 mil) do GIMPS que ele promete doar à escola pública onde fez o e se apaixonou pela matemática, no Alabama.

Fonte: abril

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