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Política

Presidente do STJ revela assédio constante contra juízes no Brasil

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O presidente do (STJ), ministro Herman Benjamin, afirmou que os juízes no Brasil enfrentam assédio constante e estão perdendo a cautela, em relação às restrições impostas pela legislação do país. Ele proferiu a declaração em entrevista ao jornal , divulgada neste sábado, 2.

Na entrevista, Benjamin destacou que novos “” costumam surgir quando os juízes assumem seus cargos, muitas vezes com interesses questionáveis. Ele enfatizou a importância de diferenciar o amigo do juiz do amigo pessoal.

“Os juízes, até por conta das mídias sociais e do assédio permanente, estão perdendo um pouco a cautela no que se refere a restrições, algumas escritas na lei, e outras derivadas do bom senso”, disse Benjamin.

O ministro frisou que os juízes brasileiros estão mais suscetíveis a esse tipo de abordagem, ao contrário do , quando suas amizades eram limitadas a clubes e associações profissionais. “Hoje, há um assédio permanente de gente interesseira que tem outros interesses legítimos ou ilegítimos, que precisa de favores, de decisões que seriam incompatíveis com a legislação”, afirmou.

Benjamin defendeu a atualização da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), ao citar o artigo 35, que exige conduta irrepreensível dos magistrados, mas sem especificar o que isso implica.

“Comportamentos que eram considerados repreensíveis na década de 1960, como a mulher separada, hoje não são mais”, observou o presidente do STJ. “E condutas que não eram repreensíveis na década de 1960, como o nepotismo, hoje são absolutamente repreensíveis.”

Apesar de considerar a Loman avançada, em relação a legislações similares de outros países, o presidente do STJ afirmou que há aspectos a serem melhorados, seja pela própria lei ou por meio de normas do (CNJ).

Benjamin também criticou a pena máxima administrativa aplicada a juízes pela Loman, ao considerar que eles precisam de prerrogativas de proteção — e não de privilégios nem de exceções.

“O juiz precisa de prerrogativas para defender o exercício da ”, disse o presidente do STJ. “O nosso patrão é a sociedade, e a magistratura tem de prestar contas, mesmo de atos que nos envergonham.”

O ministro manifestou-se contra a figura dos juízes influencers, que usam para promover seu trabalho. “Entendo que é incompatível com a magistratura o exibicionismo, a procura permanente por protagonismo fora das áreas de especialidade”, disse.

Por fim, o presidente do STJ comentou as indicações para vagas na Corte, sublinhando a importância de uma cuidadosa que considere ética, carreira, histórico dos candidatos, “gênero”, “raça” e “representação das minorias”. “O STJ será um tribunal manco se não tiver a cara da sociedade brasileira”, concluiu.

Fonte: revistaoeste

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