A gastronomia é um campo fértil para a inovação, que vai muito além da criação de novos pratos. No cenário gastronômico brasileiro, o Festival Bom Gourmet é prova de que uma pitada de ousadia, uma organização afinada e o “tempero” dos investimentos resultam em uma receita de sucesso no mundo dos negócios. Preparando-se para comemorar uma década de realização em 2025, o evento se transformou em uma empresa após uma rodada de investimento-anjo, estando agora em plena expansão territorial e em uma acelerada jornada tecnológica.
“A ação é um dos eventos mais aguardados pelos apreciadores da boa mesa, oferecendo menus completos a preços fixos, o que permite uma agradável previsibilidade para o consumidor”, explica Deise Campos, head do Festival Bom Gourmet. Ela reforça que essa estrutura favorece não só os participantes, mas também os estabelecimentos gastronômicos, que enxergam no evento uma excelente ferramenta de vendas e de projeção de resultados.
A iniciativa conquistou o coração (e o estômago) dos amantes da boa comida, além de firmar seu espaço entre os negócios da cadeia de food service, que reconhecem seus resultados. “A rodada de investimentos é uma prova disso, porque trouxe não apenas capital, mas também investidores estratégicos da cadeia gastronômica, fundamentais para a aceleração da expansão e a evolução tecnológica da marca”, explica José Godoi, diretor de Produto e Inovação da Pinó – empresa que executou o processo de spin-off do Festival.
O embrião da transformação que elevou o Festival de produto a empresa independente foi plantado em 2019, quando a Pinó se descolou da Gazeta do Povo, hoje um dos maiores jornais do país. Naquele ano, o Festival fez sua primeira tentativa de expansão para Porto Alegre (RS), mas a pandemia interrompeu os planos logo após o início da operação. Mesmo assim, a experiência foi crucial para identificar seu potencial de escalabilidade. “A partir daquele momento, ficou claro que o projeto tinha a capacidade de crescer para além de Curitiba, onde é consolidado”, lembra Deise Campos.
Outra iniciativa que contribuiu para esse processo foi O Tal Lugar, plataforma digital desenvolvida pela Pinó para reunir e divulgar estabelecimentos gastronômicos em diversas cidades brasileiras. “Queríamos testar o modelo de curadoria de espaços gastronômicos em um ambiente fora do nosso domínio. Experimentamos O Tal Lugar – posteriormente ‘pivotado’ – em Belo Horizonte, onde ele foi muito bem aceito. Isso também nos deu base e ferramentas para o modelo de expansão do Festival Bom Gourmet”, conta Andréa Sorgenfrei, diretora-geral da Pinó. Ela explica que essa característica é essencial para a Pinó: desenvolver novos negócios e testar soluções para os mercados em que atuam.
Um exemplo de como o Festival soube integrar parcerias estratégicas e marketing de impacto foi o “Festival Mueller Bom Gourmet”, realizado no Shopping Mueller, em Curitiba. O evento, realizado durante o mês dos namorados, contou com naming rights do shopping e se destacou pela criação de uma experiência instagramável e aconchegante em formatos de iglus. Com menus completos oferecidos pelas operações gastronômicas do shopping, o sucesso foi imediato: todos os lugares das três jornadas diárias, previstas para quatro semanas, foram vendidos em menos de 48 horas.
Bom Gourmet: engrossando o caldo
“Este primeiro ano de empresa foi desafiador, mas a expansão vem acontecendo de forma bastante consolidada”, conta a head do Festival. Foram realizadas cinco edições no Sul do país, incluindo eventos em Porto Alegre, Balneário Camboriú (SC) e Florianópolis (SC). Foi lançado também o Circuito de Inverno de Curitiba, que fez parte do movimento encampado por órgãos públicos e instituições para transformar a cidade em destino de inverno. Diferente do Festival Bom Gourmet, o Circuito vai além dos restaurantes e integra padarias, confeitarias e bares que oferecem pratos especiais durante a estação mais fria do ano. “O modelo de negócio do Festival Bom Gourmet é altamente flexível e adaptável a diferentes iniciativas e necessidades. O grande valor está na capacidade de transformar uma idéia em uma poderosa ferramenta de vendas, que gera resultados concretos e visibilidade. Esse potencial de transformação foi essencial para o Shopping Mueller e para o Circuito de Inverno, se moldando facilmente às necessidades de cada parceiro ou iniciativa, garantindo um impacto relevante”, acrescenta a head.
Ainda segundo Deise Campos, somente em 2024, mais de 350 operações participaram dos eventos, com 170 mil menus vendidos e R$ 45 milhões movimentados. Os números fazem com que o Festival viva, hoje, seu melhor momento, entregando resultados para toda a cadeia de food service. “Mas não paramos de evoluir. Estamos sempre pensando no que podemos oferecer de melhor”, reforça. A meta para 2025 é ambiciosa: levar o evento a sete novas cidades cidades das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, desembarcando em Goiânia, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Gramado, além de Curitiba, Balneário Camboriú, Florianópolis e Porto Alegre onde já atua.
José Godoi reforça, no entanto, que o futuro do Festival Bom Gourmet vai além das fronteiras físicas: é também uma jornada tecnológica. “Após a rodada de investimentos em 2023, busca-se não somente levar o festival a novos territórios, mas também aprofundar a compreensão dos mercados de consumo onde atuamos. Por meio da coleta e uso estratégico de dados e tecnologia, estamos construindo uma base sólida para entender os hábitos dos consumidores nos mercados em que o Festival acontece. Essa visão de crescimento fortalece o compromisso de ser um dos maiores impulsionadores do setor gastronômico”, garante.
Fonte: gazzconecta