Os dados das vendas do comércio apurados pelo IBGE são segmentados em dois grupos: o comércio varejista e o varejo ampliado. O primeiro é mais restrito e desconsidera atividades comerciais específicas, como as vendas de automóveis, peças automotivas, materiais para construção e atacadista de alimentação e bebidas. O segundo considera o comércio varejista e inclui as atividades mais específicas.
Porém, os dados de Mato Grosso mostram uma evolução diferente para esses dois segmentos. Considerando o comércio varejista, as vendas cresceram 4,2% no acumulado do ano. Quando se considera o conjunto de todas as atividades, há um recuo de 0,1% — um resultado perto da estabilidade.
Mesmo o crescimento do comércio varejista apurado na última medição apresenta um ritmo menor do que o observado no ano anterior. A desaceleração da atividade, também notada nos dados do setor de serviços, reflete a desaceleração econômica do estado, provocada pelas dificuldades do setor agropecuário.
Dados mais recentes do ministério da Agricultura e Pecuária projetam uma queda de 12,3% no faturamento do campo na comparação entre 2024 e 2023. Mesmo com esse recuo, vale destacar que o estado permanece na 1ª posição no ranking de faturamento desse setor.
As informações de inflação para a região centro-oeste mostram que a inflação acumulada em 12 meses tem se mantido acima de 4,5% nas últimas medições.
Na passagem de agosto para setembro, merece destaque a alta do custo da energia elétrica, que foi de 5,36% na média nacional.
Conforme o presidente da FCDL/MT, David Pintor, em suma, “depois de um período de forte crescimento, o estado passa por um momento de desaceleração da economia. A desaceleração não implica, necessariamente, queda do pib, mas um crescimento menor. Nos próximos meses, com a chegada de datas comemorativas importantes para o comércio, há uma janela de oportunidade para o setor”, comenta ele.
Comércio varejista resiste e mantém crescimento das vendas em Mato Grosso; varejo ampliado recua
Os dados de vendas do comércio apurados pelo IBGE são agrupados em dois segmentos: o comércio varejista, que desconsidera as vendas de atividades comerciais mais específicas, como veículos, peças automotivas, materiais para construção e atacadista de alimentação e bebidas; e o varejo ampliado, que reúne todas as atividades comerciais, incluindo o comércio varejista.
Em Mato Grosso, observa-se que esses segmentos têm apresentado desempenhos diferentes nos últimos meses. Em agosto de 2024, as vendas do comércio varejista avançaram na comparação com o mês anterior e no acumulado ano, que compara o período de janeiro a agosto de 2024 com o mesmo período de 2023.
Já no varejo ampliado, há queda na comparação mensal e no acumulado do ano. Esses resultados sugerem que
os segmentos que estão fora do comércio varejista apresentam recuo das vendas no estado, enquanto o varejo resiste, impedindo que o desempenho do setor como um todo tenha uma queda ainda maior das vendas.
Em Mato Grosso, faturamento da agropecuária deve recuar 12,3% em 2024, mas ainda é o maior entre os estados
Complementando os dados do comércio, o Panorama destaca os dados do setor de serviços, da indústria e agropecuária de Mato Grosso. De acordo com o IBGE, no acumulado de janeiro a agosto de 2024, a produção industrial avançou 2,8% no estado. Já o volume de prestação de serviços patina, com recuo de 9,1% na mesma base de comparação.
Outro importante setor da economia local, a agropecuária, ainda enfrenta os efeitos da estiagem que afetou a região, provocando quebra de safra. De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Agropecuária, projeta-se para 2024 uma queda de 12,3% no Valor Bruto da Produção Agropecuária em Mato Grosso, ante um avanço de 0,1% no país. O VBP é uma medida do faturamento desse setor e alcançou um pico de R$ 207,3 bilhões em 2022, recuando para R$ 167,1 bilhões projetados para 2024. Mesmo com a queda, o estado apresenta o maior VBP no ranking das Unidades da Federação.
Comércio de Mato Grosso registra saldo de 604 vagas formais criadas em agosto de 2024, mostra CAGED
De acordo com dados do CAGED, em Mato Grosso, o saldo de vagas formais de trabalho criadas em agosto de 2024 foi 3.733, considerando o conjunto de todos os setores. No comércio, o saldo de vagas criadas chegou a 604.
Esses números resultam da diferença entre o total de admissões e o total de desligamentos ao longo do mês, sendo que saldos positivos indicam que as admissões superaram os desligamentos. No comércio, o número de admissões foi de 15.162, enquanto o número de desligamentos foi de 14.558 em agosto de 2024.
Por fim, analisando o saldo de criação de vagas no período de janeiro a agosto, observa-se que 51.418 postos formais de trabalho foram criados no período.
O setor de serviços liderou a criação de vagas, com saldo de 18.818, seguido pela indústria (9.479). No comércio, 5.936 vagas formais foram criadas desde o início do ano.
Saldo de crédito chega a R$ 89,8 bilhões em Mato Grosso, com avanço de 12,6%; inadimplência bancária sobe
Os empréstimos e financiamentos feitos a pessoas físicas permitem a antecipação do consumo de bens e serviços. Com os dados do Banco Central do brasil (BCB), é possível acompanhar a evolução do saldo de crédito para os consumidores. Esse saldo representa o valor em aberto, vencido ou a vencer, das operações contratadas através do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Em Mato Grosso, esses números mostram uma evolução praticamente contínua do saldo de crédito para pessoas físicas ao longo do último ano, alcançando R$ 153,3 bilhões em agosto de 2024. O avanço na comparação com agosto de 2023 foi de 12,6%, acima da média nacional (6,9%). Já a taxa de inadimplência calculada pelo BCB chegou a 2,8% em agosto de 2024. Essa taxa apresenta o percentual do saldo de crédito que apresenta atraso acima de 90 dias.
A série histórica mostra que, desde agosto de 2023, a taxa de inadimplência avançou no estado, passando de 2,8% para o patamar atual.
IPCA do Centro-Oeste cresce 4,7% no acumulado de 12 meses; conta de energia sobe
Em setembro de 2024, na comparação com o mês imediatamente anterior, a inflação medida na região Centro–Oeste foi de 0,66%, segundo o índice oficial apurado pelo IBGE (IPCA). No acumulado dos 12 meses encerrados em setembro de 2024, a alta foi de 4,7%.
Observa-se que, desde o início do ano, a inflação acumulada em 12 meses não caiu abaixo de 3,6% na região. O detalhamento dos dados mensais mostra que, na média nacional, a conta de energia elétrica residencial ficou mais cara: esse item, que faz parte do grupo de Habitação, registrou alta de 5,36% nos preços entre agosto e setembro de 2024, refletindo a mudança na bandeira tarifária. Nos últimos meses, a inflação tem se mostrado mais persistente na medição local e nacional.
Por fim, os índices nacionais mostram que o IPCA acumula alta de 4,4%, com a mesma variação observada em Fortaleza. Já o IGP-M, apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou alta de 4,5%.
Fonte: odocumento