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Desfile da Apartamento 03 na SPFW ressalta a importância da ancestralidade: uma viagem ao passado

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O estilista Luiz Claudio, nome por trás da marca Apartamento 03, leva sua coleção de inverno 2025 à passarela da 58ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW) na tarde desta sexta-feira (18).

Batizada de “Grão”, a apresentação celebra o café, o legado deixado pelos ancestrais e faz uma homenagem à árvore genealógica, criando conexões entre o passado e o presente.

 

À CNN, Luiz conta que o pontapé inicial para definir o fio condutor do desfile se deu a partir de pesquisas na obra “Se os pretos velhos todo o café produziram, a eles todo o café pertence”, de André Vargas.

“Essa frase que, para cada um soa de uma forma, para mim, chega como uma afirmação e celebração aos que vieram antes. Então, o grão é o ponto de partida, mas também de chegada. É sobre olhar para o passado”, explica.

Mesclando uma paleta que vai do verde maduro ao marrom, a passarela, que terá a participação da atriz Zezé Motta, 80, fará uma viagem por tons terrosos que, entrelaçados aos aspectos florais e detalhes artesanais, reforçam a mensagem principal.

Além disso, os tecidos exibidos transitarão do paetê ao cetim e crepe, revelando a essência da coleção a partir de um olhar fresco. Modelagens audaciosas e novas releituras exalam a estética diversa e a singularidade de cada indivíduo.

Para dar vida à sua ideia, o artista se debruçou ao café – que se tornou uma das principais fontes de riqueza do país. “Fui atrás de tudo aquilo que tinha o passado como condutor de ideias. Investiguei de perto. Tem um trabalho lindo da atriz e diretora Grace Passô feito especialmente para o “Festa da luz – Belo Horizonte 2024″, que foi guia para entender as pesquisas e caminhos que eu esteja desejando contar”, acrescenta.

“Meu trabalho é sopro dos meus ancestrais”

Para além do respeito aos que vieram antes e pavimentaram os caminhos atuais e futuros, a passarela da Apartamento 03 carrega uma mensagem especial. “A gente precisa contar nossas histórias”, diz Luiz.

“O café é como um convite a celebrar, mas também é sobre o que ele representou para a construção desse país e suas riquezas, usando da exploração de mãos escravizadas. Quais mãos realmente possibilitaram construir essas riquezas? Lembrando da Grace: A gente precisa ‘sonhar com nossos avôs’”, afirma.

“Eu demorei para me tornar quem sou, naturalmente como várias pessoas racializadas levaram tempo para se entenderem. Isso não seria diferente em um país como o nosso, onde as narrativas só convocam um lado a dizer. Onde as violências diárias não tinham nomes. Hoje, eu consigo perceber que meu trabalho é sopro dos meus ancestrais. Isso é cada vez mais evidente par mim”, conclui.

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Fonte: cnnbrasil

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