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Economia

Inflação nas capitais do Brasil: índices acima da média nacional

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As principais capitais brasileiras enfrentam inflação acima da média nacional. Dados do (IBGE) mostram que, até agosto, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 4,24% em 12 meses.

Porém, Belo Horizonte (5,89%), São Paulo (4,61%), Brasília (4,53%) e Fortaleza (4,25%) registraram taxas superiores. Belo Horizonte lidera o ranking, com um aumento de 5,89%.

Transportes foram um dos principais fatores dessa alta, com um aumento de 8,55% em 12 meses, quase o dobro da média nacional. O transporte público subiu 8,13%, e os combustíveis aumentaram 18,97%, na capital mineira.

Além disso, outros setores tiveram aumentos significativos em Belo Horizonte. Educação subiu 6,97%, alimentação e bebidas aumentaram 6,12% e saúde e cuidados pessoais registraram alta de 5,9%.

Recife, no entanto, apresentou uma inflação de 2,75%, menos da metade da registrada em Belo Horizonte. As maiores altas em Recife ocorreram nos setores de saúde (5,73%) e educação (5,28%).

Fatores culturais alteram a inflação

Segundo André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, ao jornal Gazeta do Povo, fatores culturais, como o tipo de alimentação, ajudam a explicar essa disparidade. No Recife, o aumento dos preços de alimentos e bebidas foi de 2,75%, o menor entre as capitais pesquisadas.

Nas cidades do Norte e do , como Belém, a participação da alimentação no cálculo da inflação é maior, chegando a 26,7%. Braz ressalta que os gastos com transportes têm grande relevância no orçamento das famílias nos grandes centros urbanos.

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No Brasil, os transportes representam 20,3% do cálculo do IPCA, o segundo maior peso, atrás apenas de alimentos e bebidas, com 21,8%. Em Brasília, por exemplo, os transportes têm mais peso que alimentos e bebidas na da inflação, representando 22,9% contra 17,1%.

Os combustíveis para veículos também foram responsáveis pela alta inflacionária em todas as capitais, com um aumento de 8,8% no período. O etanol subiu 10,1% e a gasolina, 8,7%.

Dois fatores principais explicam essa alta: mudanças na cobrança de tributos sobre combustíveis e pressões no cenário geopolítico, como a guerra na Ucrânia e as tensões no Oriente Médio.

Desvalorização do real

A Suno Research afirma que alguns fatores que podem afetar a inflação nos próximos meses. Um deles é a pressão sobre os preços de industriais, decorrente da desvalorização do real.

Outro ponto de preocupação são os preços da energia, que devem subir por causa da adoção da bandeira vermelha 2 nas contas de luz, em meio à piora da situação hídrica dos reservatórios. O governo federal pressiona a Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que use o saldo da conta de bandeiras tarifárias para evitar aumentos.

O preço dos alimentos também preocupa, especialmente as carnes, que podem subir por causa das queimadas no Sudeste e no Centro-Oeste. Depois de seis meses consecutivos de queda, eles voltaram a subir em agosto.

Outro item que pode ser afetado momentaneamente são os hortifrutigranjeiros. Além disso, a economia brasileira apresentou um crescimento de 2,5% em 12 meses até junho, com projeções de 3% para 2024. Isso, embora positivo, pode gerar novas pressões inflacionárias, diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno, à Gazeta do Povo.

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A mediana das expectativas para a inflação para 2024 está em 4,37%, próximo do da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%). Para 2025, a previsão é de 3,97% e, para 2026, de 3,60%.

Isso reflete preocupações sobre a eficácia do controle inflacionário, com possíveis impactos nas futuras decisões do Banco Central, avalia Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.

Fonte: revistaoeste

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