Conteúdo/ODOC – Investigação da Operação Suserano revelou que o empresário Alessandro do Nascimento, dono da Tubarão Sports, usou a filha, a influencer Ana Caroline Sobreira Ormond do Nascimento, de como “laranja” para movimentar os valores oriundos do suposto esquema na Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf).
A jovem possui um patrimônio de mais de R$ 5 milhões em bens, incluindo oito imóveis e três veículos.
As informações constam na decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que autorizou a operação, deflagrada nesta terça-feira (24), pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). Pai e filha foram alvos de mandados de busca e a apreensão. Também foi alvo o ex-secretário da Pasta, Luluca Ribeiro (MDB). Ele foi exonerado da Secretaria no dia 23 de julho.
A Suserano investiga supostas compras superfaturadas de kit agrícolas na Seaf, por meio de emendas de deputados estaduais, que teriam gerado um prejuízo estimado em R$ 28 milhões aos cofres públicos.
Conforme a investigação, Alessandro Nascimento seria o principal articulador do esquema criminoso, sendo considerado como sócio oculto da empresa Tupã Comércio e Representação, que foi contratada pela Pasta para fornecer os kits. Ao todo, a Tupã recebeu R$ 8,6 milhões.
A empresa tem como sócio administrador Euzenildo Ferreira da Silva, que também é apontando como laranja de Alessandro do Nascimento, e igualmente foi alvo da operação. Segundo a investigação, ele trabalha como chapeiro.
Euzenildo ainda consta como proprietário da Tubarão Empreendimentos, Ribeiro Comércio, KSH Comércio e Alessandro do Nascimento – ME. Já Ana Caroline seria a dona da Tubarão Comércio.
Tanto ela quanto Euzenildo assinaram procurações dando “amplos, gerais e ilimitados poderes” ao empresário para gerir suas contas bancárias, bens móveis e imóveis, cartões de crédito e contas bancárias.
“Abalar minha honra”
Por meio de nova divulgada em seu Instagram, Ana Caroline afirmou não ter envolvimento com atividades ilícitas.
“Não desenvolvo qualquer [atividade] empresarial ou profissional com os órgãos citados e pessoas citadas nas reportagens limitando tão somente ao vínculo familiar que nas atividades desenvolvidas pelo pai – Alessandro do nascimento – junto à Tubarão Sports”, escreveu.
“Essas publicações visam não apenas abalar minha hora [honra], mas também ferir de maneira injusta e cruel a minha trajetória construída com integridade. Clamo por Justiça e transparência nas investigações”, encerrou.
Operação Suserano
Também foram alvos da operação Leonardo da Silva Ribeiro, Rita de Cássia Pereira do Nascimento, Wilker Weslley Arruda Silva, Yhuri Rayan Arruda de Almeida, Matheus Caique Couto dos Santos e Diego Ribeiro dos Souza.
A investigação teve início a partir do relatório de auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE).
No total, a operação cumpriu mais de 50 ordens judiciais, sendo 11 mandados de busca e apreensão, nos endereços dos investigados em Cuiabá, Várzea Grande e Alto Paraguai, por equipamentos eletrônicos e documentos.
A Justiça determinou o sequestro de imóveis e veículos e o bloqueio de bens e valores até R$ 28 milhões dos acusados. Também determinou que os acusados entreguem seus passaportes.
Eles ainda estão proibidos de manter contato entre si, com testemunhas e outros servidores da secretaria, além de não poderem acessar as dependências da Pasta.
Fonte: odocumento