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Operação da PF investiga vendas de vagas e assédio em unidade de saúde indígena em MT.

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Um mandado de prisão e duas ordens de afastamento de funções em cargo público foram cumpridas na manhã desta quarta-feira (18), durante a Operação Kalasaris, da Polícia Federal, que investiga um esquema criminoso no órgão responsável pela gestão da saúde indígena em Barra do Garças, Paranatinga e Aragarças (GO).

O esquema envolvia vendas de vagas para atuação na unidade de saúde e chantagem às enfermeiras contratadas para que enviassem vídeos íntimos aos responsáveis pela contratação.

Operação mira esquema de vendas de vagas e assedio na gestão de saúde indígena em MT. (Vídeo: Polícia Federal)

Esquema na gestão de saúde indígena

Segundo a investigação, os gestores e conselheiros indígenas realizavam cobrança de valores e fraudulentos para a contratação e manutenção de agentes de saúde que trabalhavam de forma terceirizada.

As investigações identificaram, ainda, um esquema de manipulação e venda de vagas por parte dos responsáveis pela contratação dos agentes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante.

Conforme a PF, as vagas eram vendidas por altos valores, além da condição de que enfermeiras contratadas enviassem imagens íntimas aos responsáveis pela contratação, criando um quadro de assédio sexual.

A chantagem de cunho sexual no ambiente de trabalho da saúde indígena era, também, uma condição para que as enfermeiras não fossem demitidas. Algumas vítimas procuraram a Polícia Federal para denunciar o caso, temendo perseguições por parte dos envolvidos.

Esquema envolvia vendas de vagas para agentes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante. (Foto: PF)
Esquema envolvia vendas de vagas para agentes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante. (Foto: PF)

Outra ordem ilegal dada às vítimas era a criação de censos populacionais indígenas falsos, que serviriam para pedir novas vagas de contratação para a unidade de saúde.

Durante a investigação, foi confirmado, ainda, que as contratadas que não faziam os pagamentos ou cumpriam as ordens relacionadas ao envio de imagens íntimas, eram remanejadas de área ou demitidas, com argumento de “avaliações de desempenho negativas”.

Operação Kalasaris foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (18). (Foto: Polícia Federal)
Operação Kalasaris foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (18). (Foto: Polícia Federal)

Ao todo, foram cumpridas 14 medidas cautelares nas cidades citadas acima, incluindo um mandado de prisão, dois de afastamento de funções públicas e proibição de contato com vítimas, além de 11 mandados de busca e apreensão.

Porém, o suspeito alvo do mandado de prisão está foragido e segue procurado por equipes policiais.

As ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá.

A Operação

Kalasaris, nome da operação, faz referência a roupas femininas usadas na antiguidade, geralmente transparentes e presas pelos ombros, que deixavam os seios aparentes.

No contexto da operação, refere-se à exigência de fotos íntimas das enfermeiras contratadas como uma das condições de permanência em suas funções junto à saúde indígena.

Fonte: primeirapagina

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