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Entrevista exclusiva: Leilah Moreno revela experiência como autista em podcast do Partido Progressista

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O TEA (Transtorno do Espectro Autista) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que se manifesta no comportamento das pessoas, como restrições na comunicação e na interação social. O diagnóstico é dado entre 2 e 3 anos de idade, e o transtorno pode ser de nível leve, moderado e severo.

O transtorno do espectro autista foi um dos temas discutidos no projeto Diálogos com a Sociedade realizado pelo MPE-MT (Ministério Público do Estado) em parceria com o portal Primeira Página. Durante 10 dias, de segunda a sexta-feira, estão sendo gravados podcasts com entrevistas no estúdio bolha no Shopping Estação Cuiabá.

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Leilah Moreno em transmitido pelo Primeira Página (Foto: MPMT)

A cantora e atriz Leilah Moreno participou do podcast na noite dessa segunda-feira (9) e contou um pouco da própria experiência. Ela teve o diagnóstico de TEA de forma tardia, já em idade adulta, e compartilhou sua jornada em busca de um diagnóstico. Leilah disse que demorou para aceitar que estava dentro do espectro.

Ao Primeira Página, ela deu uma palinha cantando um trecho da música I I Have Nothing, interpretado originalmente pela cantora Whitney Houston. Veja abaixo:

“Quando eu tinha 16 anos, tive uma crise de ansiedade muito forte e que me levou à depressão e então eu comecei a fazer sessões de e, nessa época, surgiu a desconfiança de que eu poderia estar no espectro autista, mas era muito novo. Ninguém falava sobre isso”.

A promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de , Sasenazy Soares Rocha Daufenbach, também participou do podcast. Ela é mãe atípica do João, de 16 anos, diagnosticado com TEA aos quatro anos de idade. O bate papo foi intermediado pelo editor-chefe do Primeira Página, Luis Roberto Fileto, e pela editora-executiva do portal, Ana Adélia Jácomo.

“No primeiro momento, eu fui diagnosticada com DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), que me levou para um neurocientista que estava fazendo testes em pessoas adultas para entender essa particularidade das pessoas com DDA, que depois passou a ser chamado de TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade). Lendo alguns livros vi que existia diagnóstico tardio de autismo e decidi ir atrás porque queria provar que eu não sou autista”, lembrou Leilah.

Leilah, que já foi indicada duas vezes ao Grammy Latino, foi diagnosticada com TEA somente aos 25 anos de idade. De acordo com ela, foi o autismo que a colocou no artístico.

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Leilah Moreno e a promotora de Justiça, Sasenazy Soares Rocha Daufenbach (Foto: MP-MT)

“Eu consigo me dar muito bem no ambiente de trabalho, em cima do palco, gravando um programa de , mas em sociedade eu não consigo. A música para mim foi o melhor lugar. A arte, dentro do espectro, é meu hiperfoco, e isso foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu dedico muito tempo da minha vida à arte. Fico o tempo todo estudando, praticando, escrevendo, criando coisas. Eu sou muito criativa. Talvez por isso, se eu não estivesse no espectro, não teria chegado nos lugares que cheguei, por ter sido uma criança pobre”.

Somente aos 19 anos Leilah passou a buscar por um diagnóstico, após um amigo a alertar sobre os sintomas que apresentava. A possibilidade de ter TEA a incomodou bastante. “Nessa época eu tinha 19 anos e decidi ir atrás para realmente provar que eu não tinha autismo. Mas tive que aceitar e eu pensei: Bom, já que é isso, então vou abraçar. E isso não condicionou a minha vida. É libertador, porque a partir do momento que você entende as suas dificuldades, fica mais fácil”.

“Sempre me senti diferente. Eu fazia tudo que as outras crianças faziam, estava nos mesmos lugares, me identificava muito com meus primos e irmãos, mas eu pensava diferente e queria agir diferente. Só não agir por medo de ser excluída (risos). Por exemplo, todo mundo senta na cadeira normal, mas a minha vontade é sempre sentar com as pernas pra cima e nunca colocar o pé no chão. Tinha muito também de ver as coisas ao contrário, ler ao contrário e querer fazer tudo diferente e não imaginava que isso era um sinal, mas faz parte do espectro”.

Entre os sintomas da cantora estão:

  • Dificuldade de socialização – sente “ressaca social” após passar um período exposta a muito contato
  • Alimentação: sente resistência a alguns tipos de alimentos pela textura e sabores
  • Sensibilidade auditiva: prefere uso de fones de ouvido
  • Sensibilidade ao toque físico: não frequenta manicures e tem resistência a abraços.

Veja o vídeo do podcast completo abaixo:

Fonte: primeirapagina

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