O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou um dia depois da , opositor do ditador Nicolás Maduro e candidato à Presidência da Venezuela. Em nota divulgada na noite desta terça-feira, 3, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil criticou a decisão que partiu da Procuradoria-Geral venezuelana, órgão controlado pela ditadura bolivariana. O comunicado foi assinado em conjunto com o Poder Executivo da Colômbia.
“Os governos de Brasil e Colômbia manifestam profunda preocupação com a ordem de apreensão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia”, afirma a chancelada pelas autoridades colombianas e pelo governo federal brasileiro.
Em outro trecho da nota, Brasil e Colômbia ressaltam, pela primeira vez, que a ditadura sob comando de Maduro dificulta a execução de acordos. Os dois países citam, por exemplo, o Acordo de Barbados. Pelo acerto firmado com a comunidade internacional, a ditadura que comanda a Venezuela concordou em realizar eleições limpas.
Realizada em julho, a disputa presidencial venezuelana foi alvo de críticas por parte da oposição a Maduro. De acordo com a líder dos opositores à ditadura, María Corina Machado, González foi o real vencedor da eleição, com mais de 60% dos votos. Conforme a equipe dela, a informação se deu a partir de acesso a atas eleitorais — documentos até hoje não divulgados oficialmente pelos órgãos locais, que são controlados pelo regime bolivariano.
Maduro, contudo, não aceitou a derrota. Com apoio do Judiciário venezuelano, ele se autodeclarou presidente reeleito — . O ditador passou a atacar seus opositores. Diante disso, a população civil passou a organizar protestos contra o regime ditatorial.
“Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”
“Esta medida judicial [contra Edmundo González] afeta gravemente os compromissos assumidos pelo governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência”, criticam o Brasil e a Colômbia. “Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas.”
No entanto, o comunicado em que Brasil e Colômbia criticam a ordem de prisão expedida contra González não se refere a Maduro como ditador. Além disso, não há menção a respeito da falta de lisura do processo eleitoral venezuelano, que não contou com a presença de observadores internacionais.
Sucessor de Hugo Chávez, Nicolás Maduro está no comando do Executivo da Venezuela desde março de 2013. Desde então, ele tem acumulado atribuições e colocado aliados em órgãos estratégicos para se manter no poder. Um exemplo nesse sentido é a irmã do ditador, María Adelaide Maduro Moros. .
Fonte: revistaoeste